Folha de S. Paulo


Dólar sobe 1,6% na semana com tensão no exterior e dúvida sobre meta fiscal

O nervosismo provocado pelas trocas de farpas entre Estados Unidos e Coreia do Norte e a incerteza envolvendo a aprovação das reformas e a revisão da meta fiscal do país levaram o dólar a subir 1,6% na semana. Já a Bolsa brasileira conseguiu se manter em terreno positivo.

O dólar comercial teve queda de 0,03% nesta sexta (11), para R$ 3,175. Na semana, a moeda se valorizou 1,57%.

O dólar à vista avançou 0,16%, para R$ 3,160, enquanto na semana a alta foi de 1,27%.

O Ibovespa, índice das ações mais negociadas na Bolsa, subiu 0,55%, para 67.358 pontos. Na semana, a alta foi de 0,7%.

A busca por proteção predominou nesta semana, provocando não só a valorização do dólar, mas também de outros ativos considerados seguros, como o ouro, que avançou 2,36%.

"A semana foi de muita ênfase no cenário internacional, mas também tentamos dar peso às questões domésticas, como reforma política, meta fiscal", avalia Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos.

"Ficou claro que nos dias em que o exterior corrige, a gente não consegue manter o mesmo desempenho de alta. Por causa desse exterior conturbado, há gestores recomendando aumentar a exposição a ouro, como forma de proteger a carteira", ressalta.

Além do ouro, o dólar também foi bastante procurado conforme se agravava a situação entre Estados Unidos e Coreia do Norte, provocada pelos testes de mísseis pelo regime norte-coreano.

Nesta sexta, o presidente americano, Donald Trump, fez nova ameaça à Coreia do Norte, ao afirmar que as armas do país estão carregadas e prontas para um conflito contra Pyongyang.

Na semana, o dólar se valorizou ante 13 das 31 principais moedas do mundo.

Aqui, as dúvidas sobre a aprovação da reforma da Previdência voltaram a preocupar os investidores. No radar também está o anúncio, previsto para esta segunda, da revisão da meta fiscal deste ano e de 2018.

A projeção é de um aumento do deficit de R$ 20 bilhões para este ano e de R$ 30 bilhões para o ano que vem.

O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco do país) recuou 0,87%, para 205,1 pontos. Na semana, a tensão global contribuiu para o avanço de 2,36% do indicador.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados se mantiveram estáveis. A taxa para janeiro de 2018 encerrou o dia a 8,180%, e o contrato com vencimento em janeiro de 2019 teve leve alta, passando de 8,100% para 8,110%.

AÇÕES

No Ibovespa, 38 ações subiram, 19 caíram e duas terminaram o dia estáveis.

A maior alta foi registrada pela JBS, com avanço de 5,66%. Os papéis da Kroton tiveram a segunda maior valorização, com ganho de 5,33%, após a empresa divulgar lucro 15% maior no segundo trimestre.

Os papéis da Petrobras fecharam o pregão no vermelho, depois de a petrolífera reportar queda de 14,6% no lucro no segundo trimestre.

As ações mais negociadas da estatal caíram 1,82%, para R$ 12,95. As ações com direito a voto tiveram queda de 0,81%, para R$ 13,51. O dia foi de alta dos preços do petróleo no exterior.

No caso da Vale, os papéis preferenciais recuaram 1,44%, para R$ 28,73. As ações com direito a voto tiveram desvalorização de 2,22%, para R$ 30,80. Os preços do minério de ferro recuaram 1,94% nesta sexta, que foi também o último dia para que os acionistas da Vale trocassem seus papéis preferenciais por ordinários.

No setor financeiro, os papéis do Itaú Unibanco subiram 0,51%. As ações preferenciais do Bradesco subiram 0,89%, e as ordinárias se valorizaram 1,05%. As ações do Banco do Brasil recuaram 0,06%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil tiveram alta de 2,06%.


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