Folha de S. Paulo


Executivo da Volks tem pena reduzida por assumir culpa no 'dieselgate'

Promotores americanos reduziram a pena de um executivo da Volkswagen que concordou em se declarar culpado de sua parte na ocultação do "dieselgate", o escândalo de manipulação das emissões de gases poluentes que abalou a empresa.

Nesta sexta-feira (4), Oliver Schmidt, que liderou o escritório de conformidade regulatória da empresa alemã até 2015, se declarou culpado na Corte Distrital dos EUA em Detroit.

Os procuradores retiraram uma das acusações de fraude, que tinha pena máxima de 20 anos de prisão. Eles mantiveram uma acusação de fraude de conspiração e outra de violar o Clean Air Act, que, somadas, têm pena máxima de sete anos.

Além disso, Schmidt terá de pagar multa entre US$ 40 mil e US$ 400 mil depois de admitir a conspirar para enganar os reguladores dos Estados Unidos e violação das leis de ar limpo.

A Volks admitiu em 2015 ter equipado 11 milhões de veículos no mundo com softwares para trapacear testes de emissão de gases poluentes, inclusive 600 mil automóveis nos Estados Unidos.

Carros movidos a diesel foram vendidos como "limpos", mas na verdade emitiam até 40 vezes mais que os limites permitidos de óxido de nitrogênio numa condução normal.

Schmidt é o segundo funcionário da Volks a declarar sua culpa, depois que o ex-engenheiro da empresa James Liang admitiu, no ano passado, ter ajudado a planejar os aparelhos de manipulação. Uma declaração do FBI citou Liang como uma testemunha cooperante.

A empresa aceitou pagar US$ 4,3 bilhões em multas criminais e civis, além dos US$ 17,5 bilhões que já tinha fechado em acordos com proprietários de carros, vendedores e para limpeza ambiental.

A Volkswagen ainda enfrenta uma série de desafios legais na Alemanha e ao redor do mundo e já gastou cerca de US$ 24,4 bilhões para cobrir os gastos com o dieselgate.


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