Folha de S. Paulo


Fábrica de foguetes do CEO da Tesla é uma das empresas mais valiosas

Craig Bailey/Associated Press
A SpaceX Falcon 9 rocket lifts off from Kennedy Space Center in Cape Canaveral, Fla., Wednesday, July 5, 2017. SpaceX launched an Intelsat satellite on the third try on Wednesday. (Craig Bailey /Florida Today via AP) ORG XMIT: FLROC201
SpaceX Falcon 9 durante lançamento no Cabo Canaveral, na Flórida (EUA)

A SpaceX, fábrica de foguetes criada pelo bilionário Elon Musk (presidente-executivo da Tesla), arrecadou US$ 350 milhões em capital novo e agora tem avaliação de US$ 21 bilhões, o que a torna uma das mais valiosas empresas de capital fechado do planeta.

A nova rodada de capitalização da SpaceX foi anunciada em documentos oficiais obtidos pelo Equidate, um mercado para ações de empresas de capital fechado. A SpaceX se recusou a comentar.

Com a mais recente rodada de capitalização, a SpaceX se une a um clube de elite de sete empresas bancadas pelo setor de capital para empreendimentos e com avaliações superiores a US$ 20 bilhões, de acordo com o grupo de pesquisa CB Insights. Investidores continuam a despejar dinheiro nessas empresas, muitas das quais operam negócios que requerem muito capital, como a Uber e o Airbnb, em um período no qual startups de menor porte abriram seu capital e viram oscilação em sua capitalização de mercado.

A Snap, companhia de mensagens e entretenimento que controla o app Snapchat, abriu seu capital em março e atingiu capitalização de mercado de cerca de US$ 24 bilhões, mas posteriormente seu valor de mercado caiu para em torno de US$ 16,5 bilhões. A Blue Apron, uma empresa que entrega refeições, abriu seu capital no mês passado, e atingiu capitalização de mercado de US$ 1,9 bilhão, mas de lá para cá esse valor caiu para US$ 1,3 bilhão.

Ainda assim, os investidores acreditam há muito tempo que algumas poucas empresas têm o potencial de se tornar negócios dominantes no mercado mundial. Cinco empresas sediadas nos Estados Unidos e com avaliações superiores a US$ 20 bilhões —entre as quais Uber, Airbnb e WeWork— revolucionaram setores estabelecidos como os imóveis e o transporte.

A Palantir, uma empresa de análise de dados que também faz parte do clube dos US$ 20 bilhões ou mais, está lutando para se tornar grande prestadora de serviços ao governo, como acontece com a SpaceX.

As duas outras empresas de capital fechado com avaliação superior a US$ 20 bilhões são chinesas —a companhia de serviços de carros Didi Chuxing e a fabricante de eletrônicos Xiaomi.

A mais recente rodada de capitalização da SpaceX dobrou a avaliação da empresa, que era de aproximadamente US$ 11 bilhões quando ela arrecadou US$ 1 bilhão junto ao Google e Fidelity em 2015. Investidores anteriores na SpaceX incluem as companhias de capital para empreendimentos Founders Fund e DFJ.

A SpaceX é mais conhecida pelo objetivo de colonizar Marte, proposto por Musk, mas também é uma participante ativa no mercado de lançamento de satélites ao espaço.

Em setembro, a empresa sofreu um grande revés quando, durante o processo de abastecimento de combustível para um teste de propulsores, um de seus foguetes Falcon 9 pegou fogo na plataforma de lançamento, destruindo um satélite de US$ 200 milhões.

A SpaceX retomou seus lançamentos em janeiro e, depois de anos de problemas para cumprir suas promessas, enfim atingiu um ritmo firme de operações, com 10 lançamentos até agora em 2017. Pelo fim do ano, a SpaceX espera finalmente lançar o seu foguete de maior porte, o Falcon Heavy, com anos de atraso ante o cronograma original.

Em março, a empresa realizou o lançamento de um foguete mais barato, parcialmente reaproveitado, para reduzir o custo de envio de suprimentos ao espaço. Reproduzir voos como esse com foguetes reutilizáveis é essencial para a visão de Musk quanto a enviar pessoas a Marte.

"Isso significa que será possível lançar e relançar um booster de classe orbital, que é a parte mais cara do foguete", disse Musk.

Ele enfrenta possível concorrência da parte de outro bilionário, no mercado de foguetes. A Blue Origin, uma produtora de foguetes criada por Jeff Bezos, o presidente-executivo da Amazon, também planeja enviar turistas e suprimentos ao espaço. Bezos declarou em abril que está vendendo cerca de US$ 1 bilhão em ações da Amazon ao ano, para bancar a companhia.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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