A Camex (Câmara de Comércio Exterior) adiou por 30 dias a decisão sobre o aumento da tarifa de importação do etanol.
A equipe econômica pediu o adiamento para estudar uma proposta alternativa dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento, que sugere uma cota de até 500 milhões de litros com zero de imposto. A partir desse volume, a tarifa subiria para 20%.
De janeiro a junho a importação foi mais do que o dobro disso e alcançou 1,2 bilhão de litros.
Importação de etanol pelo Brasil - De janeiro a junho, em US$ milhões
O argumento do Ministério da Agricultura é que os EUA estão com estoques muito altos e isso está provocando uma inundação de etanol dos EUA no país.
Por outro lado, o Ministério da Fazenda argumenta que barreiras que segurem a entrada de etanol podem fazer com que o etanol suba de preço. E o combustível já está mais caro desde a semana passada, quando o governo decidiu elevar o PIS/Cofins.
A palavra final foi adiada para uma reunião extraordinária do colegiado, que reúne sete ministros, daqui a 30 dias.
Etanol em baixa - Variação da produção brasileira, em %
EM 2020
A indústria acabou frustrada com o pedido que havia feito ao governo para romper o acordo de frete marítimo com o Chile.
Firmado em 1974, o acordo restringe atualmente o comércio entre os dois países a apenas duas empresas.
A Camex decidiu pelo rompimento mas só em 2020, quando termina a vigência do atual contrato, renovado em 2015.
Em nota emitida nesta terça (25), a CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirma que o duopólio prejudica 3.600 exportadores brasileiros. O Chile é o segundo principal destino das vendas externas do país no continente.
"A decisão não ajuda a melhorar a competitividade da indústria. Estamos precisando de soluções imediatas e positivas", diz a nota. "Não é o que acontece com essa decisão".
MÁQUINAS IMPORTADAS
A Camex decidiu ainda zerar a tarifa de importação de máquinas e equipamentos, bens de informática e de telecomunicações que não sejam fabricados no Brasil.
Atualmente, essas máquinas pagam 2% para entrar no Brasil.
A medida foi proposta pelo Ministério do Desenvolvimento e aprovada por unanimidade pelos demais seis ministros que compõem o colegiado. E tem como objetivo baratear os custos de investimento.