Folha de S. Paulo


Rabello de Castro dá rumo diferente do de antecessora no BNDES

Armando Paiva/Agif/Folhapress
Cerimônia de posse do novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, nesta quinta-feira (1º) de junho, na sede do BNDES
Paulo Rabello de Castro durante cerimônica de posse como presidente do BNDES

Indicado pelo presidente Michel Temer em maio para substituir Maria Silvia Bastos Marques no BNDES, o economista Paulo Rabello de Castro prometeu em sua posse continuidade, mas posições assumidas depois indicam mudança de rumos na gestão do banco.

Além de questionar a TLP (Taxa de Longo Prazo), sua administração está voltando atenção a empréstimos que, no jargão técnico, não geram "externalidades positivas", ou seja, não produzem os efeitos sociais e econômicos que seriam desejados.

A gestão de Maria Silvia elevou a importância desses fatores na análise da concessão de crédito. A estratégia era atrair maior participação de bancos privados.

Um exemplo é o reforço dado pela gestão Rabello de Castro a linhas de capital de giro a empresas, um tipo de empréstimo de curto prazo que já é oferecido por instituições financeiras privadas.

Diferentemente de sua antecessora, o economista decidiu se posicionar no caso JBS, defendendo que os controladores fossem afastados da empresa –Maria Silvia deixou o banco pressionada a defender os funcionários investigados por operações com o frigorífico.

Rabello de Castro, apesar da defesa dos funcionários, pediu após sua posse um levantamento de todos os negócios do banco com a empresa e pretende apresentar um documento com os resultados em uma semana.

Ao aceitar a indicação de Temer, Rabello de Castro disse que estava "partindo para o sacrifício", ao aceitar trocar o IBGE pelo BNDES.

Amigo de Temer, o presidente do BNDES afirmou que a mudança de cargo foi definida "inopinadamente", isto é, inesperadamente.


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