Indicado pelo presidente Michel Temer em maio para substituir Maria Silvia Bastos Marques no BNDES, o economista Paulo Rabello de Castro prometeu em sua posse continuidade, mas posições assumidas depois indicam mudança de rumos na gestão do banco.
Além de questionar a TLP (Taxa de Longo Prazo), sua administração está voltando atenção a empréstimos que, no jargão técnico, não geram "externalidades positivas", ou seja, não produzem os efeitos sociais e econômicos que seriam desejados.
A gestão de Maria Silvia elevou a importância desses fatores na análise da concessão de crédito. A estratégia era atrair maior participação de bancos privados.
Um exemplo é o reforço dado pela gestão Rabello de Castro a linhas de capital de giro a empresas, um tipo de empréstimo de curto prazo que já é oferecido por instituições financeiras privadas.
Diferentemente de sua antecessora, o economista decidiu se posicionar no caso JBS, defendendo que os controladores fossem afastados da empresa –Maria Silvia deixou o banco pressionada a defender os funcionários investigados por operações com o frigorífico.
Rabello de Castro, apesar da defesa dos funcionários, pediu após sua posse um levantamento de todos os negócios do banco com a empresa e pretende apresentar um documento com os resultados em uma semana.
Ao aceitar a indicação de Temer, Rabello de Castro disse que estava "partindo para o sacrifício", ao aceitar trocar o IBGE pelo BNDES.
Amigo de Temer, o presidente do BNDES afirmou que a mudança de cargo foi definida "inopinadamente", isto é, inesperadamente.