O projeto do governo para acabar com a desoneração sobre a folha terá dificuldade de ser votado no plenário da Câmara dos Deputados, afirmou nesta quarta-feira (5) o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), apontando que a investida pode ter como consequência o aumento do desemprego.
Mais cedo nesta quarta, a comissão mista que analisa a medida provisória 774, que trata do assunto, aprovou o texto da proposta, mas estabelecendo sua aplicação a partir de janeiro de 2018.
O texto originalmente enviado pelo governo federal previa vigência da reoneração a partir deste mês, o que renderia ao governo cerca de R$ 4,8 bilhões no ano, pelos cálculos iniciais da equipe econômica.
"É uma matéria polêmica, mas em um momento de crise que o Brasil vive alguns setores vão ter que demitir para ajustar seus custos quando for sancionada. Então vamos ter que ver com cuidado o que foi aprovado", disse Maia.
"Eu já disse ao ministro [da Fazenda, Henrique] Meirelles que era uma matéria muito difícil e vai ter dificuldade no plenário. Entendemos a necessidade de caixa do governo, mas não sei se reonerar e gerar desemprego isso ativa e entra no caixa ou desestimula nesse momento que Brasil vive de alguma recuperação econômica", acrescentou.
Pela proposta inicial do governo, a reoneração atingiria cerca de 50 setores, sem valer, contudo, para os setores de comunicação, transporte coletivo rodoviário, metroviário e ferroviário de passageiros, além de construção civil e para obras de infraestrutura.
Nesta quarta-feira, a comissão especial beneficiou também o setor de transporte rodoviário de cargas, de máquinas e equipamentos industriais e agropecuários, e fabricantes de ônibus e carrocerias de ônibus.
Após ser apreciada no plenário da Câmara, a matéria seguirá ainda para votação no Senado.