Folha de S. Paulo


JBS nomeia substituto de Joesley Batista em conselho de administração

Danilo Verpa/Folhapress
Joesley Batista, dono da JBS, concede entrevista a Folha na sede da empresa em São Paulo.
Joesley Batista, dono da JBS, na sede da empresa, em São Paulo

A JBS nomeou Gilberto Xandó para substituir o sócio do grupo Joesley Batista em cargo no conselho de administração da empresa, segundo nota divulgada nesta quarta (14). Joesley, que fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República, renunciou à posição de membro do conselho no dia 26 de maio.

De acordo com o o comunicado, Xandó é formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas, tem MBA em varejo pela Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP e especialização em gestão de negócios pelo Insead (Instituto Europeu de Administração de Empresas), na França. Ele também já foi diretor-presidente da Vigor e executivo sênior da Natura Brasil e da Sadia S.A.

"Estou muito satisfeito por receber Gilberto Xandó no Conselho da JBS. Sua reputação e experiência na indústria de alimentos, bem como em comércio e finanças serão inestimáveis para nós enquanto trabalhamos para reconstruir a confiança em nossos negócios", afirmou o presidente do conselho da JBS, Tarek Farahat, segundo o documento.

Na manhã desta quarta, a empresa já havia nomeado Marcelo Proença para o cargo de diretor global de compliance, como parte dos esforços para melhorar as práticas de governança da companhia, após a delação de atos ilícitos por executivos do grupo.

Segundo a nota da empresa, Proença é advogado, mestre e doutor em direito pela Faculdade de direito da Universidade de São Paulo, onde atua como professor de Direito Comercial. Ele também é professor nos cursos do GVLaw, da Fundação Getulio Vargas.

DELAÇÃO

Em 18 de maio, executivos da JBS e da controladora J&F Investimentos anunciaram acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, após a divulgação do áudio de conversa entre o sócio do grupo Joesley Batista com o presidente Michel Temer.

A delação foi sucedida por um acordo de leniência assinado em 31 de maio entre procuradores do MPF e representantes da J&F, na qual a empresa se compromete a pagar multa recorde de 10,3 bilhões de reais por atos praticados por empresas controladas pela holding.

Paralelamente, a JBS é alvo de vários processos administrativos abertos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).


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