Folha de S. Paulo


Supersafra e base fraca de comparação explicam peso da agropecuária no PIB

O ano de 2016, período marcado por queda na produção de grãos, ficou para trás. O cenário deste ano é bem diferente, e o setor agrícola volta a empurrar o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro para cima.

Os dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam um crescimento de 15,2% na atividade agropecuária deste primeiro trimestre, em relação a igual período de 2016.

A agropecuária volta a subir, após quatro trimestres em queda, quando comparados os dados com os de igual período anterior.

Essa taxa expressiva de aumento tem dois motivos. Primeiro, a base de comparação é muito baixa. O PIB agropecuário tinha caído 8,3% no primeiro trimestre do ano passado.

Agropecuária - Tri. X Tri. imediatamente anterior, em %

Segundo, e o mais importante, a agricultura está colocando 19 milhões de toneladas de grãos a mais nos armazéns neste primeiro trimestre do que em igual período de 2016.

A agregação de valor do setor ao PIB foi de R$ 93,4 bilhões, ante R$ 83 bilhões no primeiro trimestre do ano passado. Esse valor é o que a atividade agrega no seu processo produtivo.

O primeiro trimestre, período em que se concentra boa parte da produção da chamada safra de verão, teve várias molas propulsoras neste ano.

Embora a área de expansão de plantio tenha ficado dentro do normal —crescimento de 4%—, a produtividade voltou a se recuperar e subiu 22% no período, conforme dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

A recuperação da produtividade permitiu um avanço de 26% na produção total de grãos desta safra de verão.

O volume de grãos estimado para a safra de verão —nem toda essa produção se concentra no primeiro trimestre— é de 226 milhões de toneladas, 47 milhões a mais do que o de igual período do ano passado.

O PIB agropecuário tem boa evolução também porque todos os carros-chefes do setor estão com aumento de produção.

A líder soja deverá atingir 113 milhões de toneladas neste ano, 17% mais. Já a produção de milho verão sobe para 30,2 milhões de toneladas, também com avanço de 17%.

Acrescentem-se, ainda, a essa lista arroz, feijão e amendoim.

A produção de arroz, também uma das principais culturas do país e que tem a colheita concentrada no primeiro trimestre do ano, sobe para 12 milhões de toneladas, 13% mais do que em 2016.

Os reflexos da boa safra de grãos deste ano vão continuar sendo um fator positivo também para o PIB do segundo trimestre.

A participação do café, porém, um importante produto neste período do ano, deverá ser menor do que ocorreu no ano passado.

PIB por setores


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