Folha de S. Paulo


Drones decolam em universidades fora dos grandes centros

Alberto Rocha/Folhapress
Equipamento criado por grupo multidisciplinar da Unifei, apresentado em feira de drones em São Paulo
Equipamento criado por grupo multidisciplinar da Unifei, apresentado em feira de drones em São Paulo

Boa parte das empresas de equipamento e de software para drones está instalada bastante próxima a universidades, especialmente no interior agrícola do país.

Capitais como Recife, Florianópolis e Curitiba se intitulam "Vales do Silício" brasileiros. Nessas cidades, parcerias realizadas entre universidades, empresas e governo buscam atrair e incubar companhias inovadoras, como ocorreu com as empresas criadas em torno da universidade Stanford, na Califórnia.

Apenas mais tarde é que essas empresas buscam mercados maiores, como por exemplo o de São Paulo.

Foi em Florianópolis, cidade apontada como a mais inovadora do país pela Endeavor, que a empresa Hórus começou a fabricar seus drones.

Criada em 2014 por ex-alunos da Universidade Federal de Santa Catarina, a start-up fabrica drones para utilização principalmente na agricultura e topografia.

Thiago Tomé, um dos diretores da Hórus, afirma que a empresa recebeu um aporte de R$ 3 milhões do fundo SPVentures. Agora, ainda no final deste mês, deve abrir uma filial em Piracicaba, no interior de São Paulo.
Eles se instalam na Usina de Inovação Monte Alegre, onde outras empresas de tecnologia voltada para o agronegócio já operam. É mais uma tentativa de emular o vale californiano.

Ilustração Marcelo Cipis

Novos pólos têm pipocado em vários pontos do Brasil. Estudantes da Unifei (Universidade Federal de Itajubá), de Minas Gerais, estiveram na feira de drones com a equipe Black Bee, um grupo multidisciplinar formado por acadêmicos de engenharia, ciência da computação e administração, entre outros cursos.

A Unifei é uma universidade recente. Embora fundada a partir de um centenário instituto eletrotécnico do interior de Minas, ganhou status de universidade há 15 anos.

João Pedro Rufino Alves, capitão da equipe, conta que eles fazem tudo, desde o projeto do drone até o treinamento do software para reconhecer imagens. Apesar da falta de recursos na universidade pública, a equipe financia seus projetos por meio de patrocínios e parcerias.

O capitão anterior, já formado, trabalha em uma fabricante de drones. Outros membros da equipe foram sondados por empresas durante a feira, para possível contratação.


Endereço da página:

Links no texto: