A J&F, holding que é dona do frigorífico JBS, fez a proposta de pagar uma multa de R$ 4 bilhões para fechar o acordo de leniência com a Procuradoria do Distrito Federal.
Um dos donos e delatores da JBS, Wesley Batista, participou nesta quarta (24) de uma reunião com procuradores em que a proposta foi feita.
Os investigadores, porém, negaram. Eles mantêm o valor de R$ 11,1 bilhões cobrado da empresa que foi apresentado nos encontros realizados semana passada em São Paulo.
Apesar de não terem chegado a um consenso, os procuradores afirmaram que as tratativas evoluíram e as conversas seguirão.
A reunião aconteceu em Brasília com Wesley, advogados da J&F e a força-tarefa da Procuraria do Distrito Federal.
O irmão dele, Joesley, não está participando diretamente das negociações.
Nos encontros na capital paulista, a JBS chegou a oferecer contraproposta de R$ 1,4 bilhão, que também não foi aceita.
Segundo a Procuradoria do DF, o valor cobrando no acordo de leniência pode variar até 20% do faturamento da empresa, conforme a lei anticorrupção de 2013.
Os R$ 11,1 bilhões se referem a 5,8% do faturamento da J&F, porém, com atenuantes previstos em lei que reduzem a multa.
Entre eles está o fato de os executivos da empresa terem fechados acordos da delação na esfera criminal. Isso permite que o montando cobrado seja reduzido em até dois terços, segundo a Procuradoria.
As informações reveladas pela empresa também ajudam a atenuar a cifra a ser paga.
A leniência funciona como uma espécie de delação premiada da pessoa jurídica e garante que a empresa possa continuar contraindo empréstimos com bancos público e também ser contratada pelo governo.
A Odebrecht fechou seu acordo por R$ 6,9 bilhões a serem pagos em 23 anos. O montante será dividido entre Brasil, Estados Unidos e Suíça, que participaram das negociações. No entanto, mais de 80% do dinheiro ficará no Brasil.