Folha de S. Paulo


JBS faz proposta de R$ 4 bi para fechar leniência, e Procuradoria rejeita

Danilo Verpa - 13.fev.2017/Folhapress
JBS diz que comprou dólares como política de 'proteção financeira
Joesley Batista, um dos donos da JBS, empresa que negocia acordo de delação premiada

A J&F, holding que é dona do frigorífico JBS, fez a proposta de pagar uma multa de R$ 4 bilhões para fechar o acordo de leniência com a Procuradoria do Distrito Federal.

Um dos donos e delatores da JBS, Wesley Batista, participou nesta quarta (24) de uma reunião com procuradores em que a proposta foi feita.

Os investigadores, porém, negaram. Eles mantêm o valor de R$ 11,1 bilhões cobrado da empresa que foi apresentado nos encontros realizados semana passada em São Paulo.

Apesar de não terem chegado a um consenso, os procuradores afirmaram que as tratativas evoluíram e as conversas seguirão.

A reunião aconteceu em Brasília com Wesley, advogados da J&F e a força-tarefa da Procuraria do Distrito Federal.

O irmão dele, Joesley, não está participando diretamente das negociações.

Nos encontros na capital paulista, a JBS chegou a oferecer contraproposta de R$ 1,4 bilhão, que também não foi aceita.

Segundo a Procuradoria do DF, o valor cobrando no acordo de leniência pode variar até 20% do faturamento da empresa, conforme a lei anticorrupção de 2013.

Os R$ 11,1 bilhões se referem a 5,8% do faturamento da J&F, porém, com atenuantes previstos em lei que reduzem a multa.

Entre eles está o fato de os executivos da empresa terem fechados acordos da delação na esfera criminal. Isso permite que o montando cobrado seja reduzido em até dois terços, segundo a Procuradoria.

As informações reveladas pela empresa também ajudam a atenuar a cifra a ser paga.

A leniência funciona como uma espécie de delação premiada da pessoa jurídica e garante que a empresa possa continuar contraindo empréstimos com bancos público e também ser contratada pelo governo.

A Odebrecht fechou seu acordo por R$ 6,9 bilhões a serem pagos em 23 anos. O montante será dividido entre Brasil, Estados Unidos e Suíça, que participaram das negociações. No entanto, mais de 80% do dinheiro ficará no Brasil.


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