Folha de S. Paulo


BC coloca auditor no Original, banco de controlador da JBS

Danilo Verpa/Folhapress
Depois de perderem um terço do valor na segunda, ações da JBS têm alívio e sobem 10% nesta terça
Joesley Batista, um dos donos da JBS, da mesma empresa que controla o Banco Original

O Banco Central designou um auditor para acompanhar internamente as atividades do Banco Original. A medida, que deve facilitar a troca de informações entre o regulador e o banco, ocorre logo após acordo de delação premiada fechado pelos donos da JBS, empresa do Grupo J&F, que também controla o Original.

As revelações de pagamento de propinas e a gravação de Joesley Batista, um dos donos da JBS, em uma conversa comprometedora com o presidente Michel Temer, foram o estopim de uma crise política iniciada na última quarta-feira (17).

Em nota, o Original afirmou que "o caixa da instituição é robusto, a administração de ativos e passivos é confortável e segue uma gestão conservadora".

Procurado para falar sobre ter enviado um auditor ao Original, o Banco Central afirmou que não comenta casos específicos.

Anualmente, o BC monta um cronograma de auditoria nas instituições financeiras. Além disso, a autoridade monetária faz acompanhamento diário da liquidez e de limites operacionais dos bancos. Em caso de alguma anormalidade, pode designar uma auditoria extraordinária.

A agência de classificação de risco Fitch divulgou comunicado afirmando que o Original tem conseguido evitar que seus negócios sejam afetados pela crise política.

Desde a semana passada, a agência monitora a liquidez do banco. "Até agora, ela continua estável, e a administração está focada em medidas de contingência para reforçar a posição de caixa do banco", diz a agência.

O rating (nota que mede o risco de um calote) foi mantido em B+, com perspectiva estável.

Já a empresa de celulose Eldorado, também da J&F, teve o rating cortado. Ontem, a Moody's rebaixou as notas de crédito da JBS e da JBS USA.


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