A Polícia Federal marcou para a próxima segunda (22) o depoimento do ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e do empresário Joesley Batista para as investigações sobre aportes do banco na JBS.
Os dois estavam fora do Brasil na última sexta (12), quando a PF deflagrou a Operação Bullish, que determinou a condução coercitiva de 37 pessoas ligadas ao BNDES e à empresa.
Coutinho já retornou ao país. Joesley, que é presidente da J&F, controladora da JBS, segue no exterior.
A operação investiga uma série de aportes feitos pelo braço de participações do banco, o BNDESPar, na empresa, que permitiram a compra de outros frigoríficos no exterior.
As denúncias são baseadas em relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), que aponta prejuízos ao BNDES mas operações.
Na terça (16), a atual presidente do banco, Maria Silvia Bastos Marques, determinou a abertura de uma comissão interna para apurar as denúncias.
Em nota, a instituição disse que a comissão vai avaliar " todos os fatos relacionados às operações realizadas pelo Sistema BNDES com a empresa JBS, tendo em vista o inquérito em andamento da Polícia Federal e o interesse da diretoria e dos empregados do banco na apuração dos fatos e atos relacionados a essas operações".
Funcionários do banco criticam a Polícia Federal pela maneira como colegas foram conduzidos a depor.
"Independente de qualquer consideração acerca dos fatos investigados em si, os signatários repudiam as conduções coercitivas realizadas, desnecessárias de desproporcionais, em desrespeito aos direitos fundamentais dos conduzidos", diz a Associação dos Funcionários do BNDES, em nota distribuída na terça.