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Receita da Ambev caiu porque 'bolso do cliente está menor', diz presidente

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Cervejaria da Ambev em Ponta Grossa (PR)
Cervejaria da Ambev em Ponta Grossa (PR)

Sinais de recuperação da economia ainda não são sentidos na Ambev. O presidente da empresa, Bernardo Paiva, diz que o cenário é "duro" e que, por isso, a empresa está "cautelosamente otimista" em relação à retomada do crescimento. "A gente vê que o consumidor está com o bolso menor", afirmou à Folha.

Folha - A Ambev teve nova queda nas receitas. Quanto pode ser creditado à crise e quanto a erros da empresa?
Bernardo Paiva - O cenário é ainda duro. O nível de emprego não ajuda, a renda disponível também está muito dura. De forma simples: a gente vê que o consumidor está com bolso menor. Isso afeta a indústria como um todo. Mas, olhando o primeiro trimestre, a indústria [de cervejas] caiu 2% e nosso volume cresceu 3,4%. É um resultado importante.

O mercado de cerveja voltará a crescer até o fim do ano?
Estamos cautelosamente otimistas para o futuro. Obviamente podemos ter evolução trimestre a trimestre.

A Ambev já sentiu sinais de recuperação da economia?
O cenário é duro ainda. É um desafio para a economia. Acreditamos que estruturalmente a tendência do Brasil é positiva. Há momentos que é meio para cima, outros que é para baixo. Não é uma linha reta. Acreditamos, de maneira cautelosamente otimista, que nossa indústria vai melhorar, mas o cenário de curto prazo é desafiador. A gente vê isso todos os dias e constrói planos para tentar compensar.

Ambev desistiu de construir uma fábrica no Rio. Há planos para erguê-la em outro Estado ou será feita no exterior?
A instalação de uma nova fábrica de alumínio no Rio acabou se tornando inviável diante da incerteza em relação ao processo [à concessão de incentivos fiscais]. A gente não desiste, brasileiro não desiste nunca, estamos estudando alternativas. Levaremos o tempo necessário para definir o novo local sem prejuízo ao cronograma de investimentos.


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