Folha de S. Paulo


Após agressão a estudante, PM goiana afasta capitão de funções de rua

Luiz Luz
Video mostra o momento em Mateus Ferreira, 33, e atingido na cabeca por um golpe de cassetete desferido por um homem trajado como policial militar. Credito: Luiz Luz ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Vídeo mostra o momento em Mateus Ferreira, 33, e atingido na cabeça por um golpe de cassetete

A Polícia Militar de Goiás afastou o capitão Augusto Sampaio, subcomandante da 37ª Companhia Independente, suspeito de agredir ao estudante Mateus Ferreira, 33, em protesto em Goiânia.

"O capitão foi afastado das funções de rua em função da suspeita de agressão ao estudante", afirmou o comandante-geral da Polícia Militar goiana, coronel Divino Alves de Oliveira. "Assim que tivemos conhecimento do ocorrido, já determinamos abertura de inquérito para apurar o que aconteceu."

Sampaio continua trabalhando, mas em funções administrativas internas. O período para a conclusão da averiguação é de 30 dias. Se houver denúncia, o capitão será encaminhado à Justiça Militar.

Ferreira foi atingido por um golpe de cassetete durante ato contra as reformas trabalhista e previdenciária. As imagens foram capturadas em vídeo, feito por um cinegrafista amador.

Ferreira está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital na capital goiana, onde é tratado por um traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas, está sedado e respira por aparelhos, de acordo com boletim médico.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado condenou as agressões, defendeu o "direito constitucional e legítimo" de se manifestar "de forma pacífica e ordeira" e afirmou ter aberto investigação para averiguar a atuação dos policiais.

Video

"Uma vez comprovada a autoria, [a secretaria] será rigorosa na punição administrativa e no encaminhamento para a esfera judiciária", afirmou a pasta.

A UFG (Universidade Federal de Goiás), onde Ferreira cursa ciências sociais, manifestou seu repúdio à agressão. "A UFG é histórica defensora do direito à livre manifestação e condena com veemência atos de repressão que venham a cercear esse princípio democrático."

A Folha tentou localizar o advogado de Sampaio, mas a corporação não informou o responsável pela defesa.


Endereço da página:

Links no texto: