O prefeito de São Paulo, João Doria, aproveitou a greve geral para se contrapor ao PT e ao ex-presidente Lula e se apresentar como defensor da ordem e do "bem" do Brasil.
Doria chamou grevistas de "vagabundos" e "preguiçosos" e declarou que as "pessoas corretas não apoiam" a paralisação. "Só tem um grande perdedor. A população que trabalha, honesta."
O prefeito, que por diversas vezes nas últimas semanas saiu em defesa das reformas trabalhista e previdenciária, atacou o imposto sindical e disse que muitos sindicalistas "estão há 10, 15 anos, fazendo política partidária e em benefício pessoal".
Doria, considerado como uma alternativa do PSDB para a disputa presidencial de 2018, fez questão de atacar Lula, dizendo que ele "nunca trabalhou e sempre ganhou sem trabalhar".
O prefeito utilizou um helicóptero para escapar de protestos. Houve atos na porta da prefeitura e na frente de sua casa. "Quiseram me pegar, bloqueando a saída da minha casa. Mas já estava trabalhando às 6h30 enquanto eles ainda estavam acordando", ironizou.
O prefeito da capital paulista afirmou que as manifestações não podem inibir o direito de ir e vir das pessoas.
Ao ser questionado por um jornalista sobre o seu apoio aos atos contra o governo Dilma Rousseff, Doria reagiu com irritação: "Não venha fazer colocações petistas para cima de mim. Não colam. Dilma foi um mal para o Brasil".
O tucano declarou que nunca defendeu a realização de greves, apenas de manifestações. "Ela merecia um movimento de repúdio. Dilma, Lula e outros petistas quase destruíram o país."
Na véspera da greve geral, o presidente Michel Temer telefonou para Doria a fim de agradecê-lo pelos discursos favoráveis às reformas governistas e parabenizá-lo pela atitude de cortar o ponto dos servidores públicos que participassem dos protestos.