Folha de S. Paulo


Estácio faz B.O. por violação de computador de seu presidente

Ricardo Moraes/Reuters
Entidades criticam cisão de ensino à distância em fusão de Kroton e Estácio
Prédio da Estácio no Rio

A Estácio Participações prestou queixa policial sobre a violação de dados e dispositivos de informática utilizados pelo seu presidente, Pedro Thompson, após concluir investigação sobre o vazamento de mensagens entre o executivo e uma advogada sobre a fusão com a Kroton Educacional.

O boletim de ocorrência foi registrado na terça-feira (18) na 16ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro.

O material vazado continha mensagens eletrônicas entre Thompson e a advogada Paola Pugliese, que assessorava a empresa perante o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no âmbito da fusão com a Kroton.

Informações contidas no B.O. mostram que a investigação conduzida pela israelense ICTS em parceria com auditoria interna da Estácio concluiu haver fortes indícios de que o vazamento tenha sido realizado por acesso físico ao computador antigo de Thompson.

Segundo a investigação interna, o ex-funcionário de TI da empresa, Israel Silva, e o funcionário da área de operações, Luiz Walnei, estariam envolvidos no caso.

A ICTS e a auditoria interna da companhia apontam ainda indícios de que o ex-presidente da Estácio, Rogério Melzi, teria participação ou relação direta com a suposta violação da máquina de Thompson e o consequentemente vazamento das informações.

Procurada, a Estácio não quis comentar o assunto.

O presidente da Estácio foi afastado do grupo de trabalho no Cade em 17 de março, e a israelense ICTS foi contratada para investigar o caso no dia seguinte.

Em 12 de abril, a empresa informou que investigação interna apontou não haver evidências de que Thompson teria trabalhado para inviabilizar a fusão.


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