Folha de S. Paulo


Governo quer privatizar pelo menos 10 aeroportos, diz Planejamento

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou nesta terça-feira (21) que o governo estuda privatizar pelo menos mais 10 aeroportos de menor porte, entre eles Goiânia, Vitória e Recife.

De acordo com Oliveira, a ideia é que Congonhas (SP), Santos Dumont (RJ), Manaus (AM) e Curitiba (PR), aeroportos de boa rentabilidade e que podem ajudar na reestruturação da Infraero, fiquem com a estatal, mas ainda não há decisão tomada.

"Estamos discutindo quais ficam com a Infraero, quais formarão uma nova rodada", disse. "A princípio seriam pelo menos 10 aeroportos menores, mas pode ser mais que isso".

Segundo o ministro, as privatizações não necessariamente ocorrerão neste ano. "Não sei se será possível em 2017", ressaltou.

A última rodada de privatizações ocorreu na quinta-feira (16) da semana passada, com a venda dos aeroportos de Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).

O ágio obtido pelo governo com o leilão surpreendeu tanto que o governo já começou a planejar a próxima rodada.

Estão sendo considerados aeroportos com "potencial comercial" para os investidores mas que, vendidos, não comprometam a sustentabilidade da Infraero.

Avener Prado/Folhapress
Fila de passageiros na área de embarque no aeroporto de Congonhas
Fila de passageiros na área de embarque no aeroporto de Congonhas

CONTINGENCIAMENTO

Questionado sobre o contingenciamento de despesas da União, que será anunciado nesta quarta (22) às 16h, Oliveira declarou que há decisões pendentes.

"Saberemos amanhã", disse, ao ser perguntado se o corte pode alcançar R$ 65 bilhões. "Estão pendentes decisões sobre a composição do corte, teremos reuniões ainda hoje. Não vamos antecipar nenhuma decisão, até porque algumas delas não foram tomadas".

A equipe econômica vai apresentar ao presidente Michel Temer propostas de alteração no Orçamento de 2017 para cumprir a meta de deficit de R$ 139 bilhões neste ano.

Uma delas prevê um contingenciamento superior a R$ 60 bilhões para evitar aumento de tributos. Se o bloqueio de gastos for menor, a diferença seria coberta por aumento de impostos.

Os recursos bloqueados por meio desse expediente poderão ser liberados ou cortados de forma definitiva mais tarde, dependendo da evolução da arrecadação e das contas do governo ao longo do ano.

O governo ainda mantém a previsão de terminar este ano com um corte máximo de R$ 30 bilhões, o que dependerá da retomada do crescimento e da consequente melhora na arrecadação.


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