Folha de S. Paulo


Software e sensores armam cidades contra prejuízo das enchentes

Inovações em drenagem urbana –sistema que gerencia o escoamento das águas– podem evitar problemas com enchentes nas cidades.

Fundada em 2012 e sediada no Parque Tecnológico da UFRJ, a AquaFluxus busca a causa dos alagamentos. Com o software ModCel, criado pelo professor da instituição Marcelo Miguez, a empresa tem a visão não apenas da calha de um rio, mas de toda a bacia hidrográfica.

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"Simulamos como são geradas as enchentes. Diagnosticamos onde pode haver inundação e testamos iniciativas", explica Osvaldo Rezende, um dos sócios.

A AquaFluxus já desenvolveu projetos para empresas como Odebrecht e Cury. O custo dos estudos depende da área do terreno, mas os valores partem de R$ 30 mil.

"São medidas que buscam compensar a impermeabilização intensa", afirma Maurício França, da Finep.

Em desenvolvimento desde 2012, os bueiros inteligentes ganharam as ruas no ano passado pelas mãos do empresário Carlos Chiaradia, da Net Sensors.

Em cada bueiro, há um filtro que não apenas impede o lixo de cair na rede de drenagem da cidade, mas também é equipado com sensores que avisam quando chegam a 80% da sua capacidade. Um sinal de alerta é enviado, e a prefeitura pode fazer a limpeza com antecedência.

São Paulo ganhou 110 sensores. No Rio, foram instalados 28 na zona portuária.

De acordo com a Inova, responsável por parte da limpeza de São Paulo, os alagamentos na cidade caíram 76% em 2016 comparando com 2015 –o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) não confirma o dado.

Na capital paulista, cada ponto de alagamento custa cerca de R$ 345 mil, afirma Eliane Teixeira, mestre em economia pela FEA-USP, com base em estudo feito por ela com dados de 2008, quando a cidade registrou 887 pontos –em 2015, foram 900.

"A instalação custa menos de US$ 100 [R$ 309] para cada bueiro", diz Lucas Pinz, da PromonLogicalis, parceira da Net Sensors. Uberlândia (MG) é a próxima cidade a receber a tecnologia.


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