Folha de S. Paulo


No interior paulista, folia dá impulso ao turismo

Divulgação
Festival Oba, realizado em Votuporanga, interior de São Paulo, em 2016
Festival Oba, realizado em Votuporanga, interior de São Paulo, em 2016

Cidades do interior de São Paulo aproveitam o Carnaval para atrair foliões de fora e impulsionar o turismo local.

Em Brotas, município com cerca de 23 mil habitantes a 246 km da capital, são esperados 10 mil visitantes nos blocos de rua e nos shows.

Um dos atrativos do lugar é a cervejaria artesanal Brotas Beer, criada em 2012. O diretor de marketing, Renato Scatolin, 43, espera que o faturamento da empresa triplique em fevereiro.

A agência Território Selvagem, especializada em turismo de aventura, também está ansiosa pela chegada da festa. De acordo com a organização, a procura pelos serviços aumenta em torno de 60% no feriado. "É um público que quer fugir da praia e aproveitar a natureza", diz Alline Cassetari, diretora comercial do negócio.

O município de Caconde (288 km da capital), com cerca de 19 mil habitantes, deve receber 10 mil foliões, segundo a prefeitura. O empresário Rinaldo Souza, dono do restaurante Pizza na Roça, conta que no fim de semana da folia fatura o equivalente a um mês de trabalho. "Fica tudo lotado. Já temos até reservas", conta ele.

Em Votuporanga (521 km de São Paulo) é o Bloco Oba, mega evento realizado há 11 anos na cidade, que agita a economia da região.

Segundo Edilberto Fiorentino, um dos criadores, são esperados 15 mil foliões durante os quatro dias de festa, que incluem shows de Jorge e Mateus e Wesley Safadão.

O ingresso para todos os dias de festa custa de R$ 600 a R$ 1.600. De acordo com Fiorentino, são investidos R$ 4 milhões no evento.

O bloco também agita negócios em seu entorno. O empresário Silvio Luiz Pereira, 32, decidiu alugar 40 contêineres, instalados em uma chácara, para hospedar os festeiros que vem de fora.

O pacote de hospedagem começa em R$ 750, com direito a entrada em festas, alimentação, bebidas e transporte. Em relação ao ano passado, o faturamento do empresário já aumentou cerca de 20%. "Neste ano, as vagas já esgotaram em janeiro, antes que em 2016."


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