Folha de S. Paulo


UE estuda testes de estresse para bancos contra ataques de hackers

Mark Wilson/AFP
WASHINGTON, DC - MAY 20: Newly redesigned $100 notes lay in stacks at the Bureau of Engraving and Printing on May 20, 2013 in Washington, DC. The one hundred dollar bills will be released this fall and has new security features, such as a duplicating portrait of Benjamin Franklin and microprinting added to make the bill more difficult to counterfeit. Mark Wilson/Getty Images/AFP == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS & TELEVISION USE ONLY ==
Notas de dólar

A União Europeia considera testar as defesas dos bancos contra ataques virtuais, informaram autoridades e pessoas ligadas ao bloco, num momento em que crescem as preocupações sobre a vulnerabilidade do setor a invasões.

Os ataques contra bancos cresceram em número e sofisticação nos últimos anos, com os criminosos encontrando novas formas de atingir o setor.

Em fevereiro do ano passado, US$ 81 milhões foram roubados do Banco Central de Bangladesh, depois que o sistema foi invadido, permitindo o acesso à rede de transações internacionais Swift.

Órgãos reguladores no mundo todo apertaram as regras de segurança depois da fraude, uma das maiores na história, e alguns países vêm realizando pesquisas em sistemas de segurança de credores.

Mas a complexidade dos ataques virtuais continua crescendo, conforme revelou o Swift em carta a clientes em novembro. O braço bancário da Tesco, por exemplo, teve 2,5 milhões de libras (US$ 3 milhões de dólares) tomados por meio da invasão de contas.

Os bancos "estão enfrentando dificuldades para demonstrar habilidade de lidar com a crescente ameaça de invasores ganhando acesso não autorizado ao sistema e aos dados", alertou um relatório da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), em dezembro.

O próximo passo dos reguladores europeus para ampliar a segurança pode ser um amplo teste de estresse. A comissão executiva do bloco avalia iniciativas adicionais para conter ataques virtuais, contou uma pessoa ligada à União Europeia. "Elas incluem o compartilhamento de informações sobre ameaças ou testes de penetração e resistência dos sistemas."

No ano passado, o Banco Central Europeu anunciou que estabeleceria uma base de dados para registrar incidentes em bancos comerciais nos 19 países que compõem a zona do euro. Mas trocas de informação entre as autoridades nacionais continuam escassas.

A Comissão estuda se os testes na UE ajudariam a manter a segurança, além dos controles já implementados por autoridades nacionais, afirmou uma fonte do bloco.

A EBA, encarregada dos testes de estresse, deve fornecer detalhes no terceiro trimestre sobre como planeja conduzir os exercícios planejados para meados de 2018. Uma autoridade do órgão afirmou que a segurança virtual estava no radar da EBA, mas lembrou que nenhuma decisão havia sido tomada sobre possíveis testes de estresse.

O Lloyds Banking Group trabalha com agências para rastrear quem esteve por trás do ataque causou interrupções intermitentes para clientes cerca de duas semanas atrás, de acordo com uma pessoa familiarizada com o incidente. O Lloyds informou que não especularia sobre o motivo do ataque e nenhum cliente sofreu perdas.


Endereço da página:

Links no texto: