Folha de S. Paulo


Tamanho da bateria pode ser causa de explosões do Note 7, diz agência

Uma investigação realizada pela Samsung sobre as causas de explosões em alguns smartphones Galaxy Note 7 concluiu que o tamanho da bateria foi o fator principal, afirmou uma fonte familiarizada com o assunto à agência Reuters.

Bryan Ma, analista baseado em Cingapura da consultoria IDC, diz suspeitar que a Samsung pode não ter dado espaço suficiente para a bateria dentro do telefone.

O resultado da investigação deve ser anunciado nesta segunda-feira (23), um dia antes de a empresa divulgar seus resultados do quarto trimestre, segundo uma fonte que não quis ser identificada.

Koh Dong-jin, chefe da área de celulares da Samsung, deve anunciar os resultados e novas medidas que a empresa está tomando para evitar situações semelhantes no futuro em seus dispositivos, afirmou a fonte.

Um porta-voz da Samsung não quis comentar.

A maior fabricante de smartphones do mundo tenta deixar para trás um dos maiores desastres em segurança de produtos na história da tecnologia, enquanto prepara o lançamento do Galaxy S8, um dos celulares de sua linha principal de vendas, o que deve acontecer ainda no primeiro semestre do ano.

Investidores e analistas afirmam que é fundamental que a Samsung dê uma explicação convincente e detalhada sobre o que deu errado com o Galaxy Note 7 e sobre como a empresa vai evitar que essas situações ocorram novamente, caso deseje reconquistar a confiança do consumidor.

"Eles precisam garantir que consertaram os problemas e devem assegurar os compradores de que isso não vai acontecer de novo", afirmou Ma, da IDC.

Inicialmente, a Samsung havia convocado recall de 2,5 milhões de Galaxy Note 7 em setembro do ano passado. A companhia tinha identificado a causa das explosões como um problema no processo de fabricação em um de seus fornecedores —mais tarde identificada como a afiliada Samsung SDI Co.

No entanto, novos aparelhos Galaxy Note 7 com o que a Samsung tinha dito serem baterias seguras, de um fornecedor diferente, continuaram explodindo, forçando a companhia a suspender as vendas e a lidar com um revés de 6,1 trilhões de wons (US$ 5,2 bilhões) em seu lucro operacional por três trimestres.

Em outubro, a empresa disse que ia examinar todos os aspectos do telefone, incluindo o desenho do hardware e do software. A Samsung afirmou ainda que contrataria empresas terceirizadas como parte da investigação.

A fonte familiarizada com a investigação afirmou que a Samsung conseguiu replicar as explosões durante a apuração e que a causa dos incêndios não tinha relação com o desenho do hardware ou com questões envolvendo o software.


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