Folha de S. Paulo


Emprego com carteira assinada tem segundo pior ano da história

Em 2016, o Brasil perdeu 1,32 milhão de vagas com carteira assinada, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta sexta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho, conforme antecipado pela coluna Mercado Aberto.

O número só não foi pior do que o registrado em 2015, quando as demissões superaram as contratações formais em 1,54 milhão de vagas. Ou seja, o saldo negativo foi o segundo pior da história —os dados do Ministério do Trabalho começam em 2002, quanto na série histórica sem ajuste, que começa em 1992.

A indústria de transformação eliminou 322,5 mil vagas com carteira ao longo do ano passado, também o segundo pior da história —em 2015, as demissões superaram as contratações em 608,8 mil.

Os segmentos que mais eliminaram postos de trabalho dentro da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foram material de transporte (-50,7 mil vagas), indústria metalúrgica (-44,8 mil vagas) e indústria mecânica (-36,7 mil vagas).

Saldo de vagas de trabalho - Em milhões de postos de trabalho, por ano

A única indústria que gerou mais vagas formais que eliminou foi a calçadista, com um saldo positivo de 4,4 mil postos de trabalho com carteira.

Já a construção civil eliminou 358,6 mil postos de trabalho em 2016, número melhor somente que o de 2015, que teve saldo negativo de 416,9 mil vagas formais. No caso do comércio, houve a eliminação de 204,3 mil vagas (ante 218,6 mil postos de trabalho que deixaram de existir no setor no ano retrasado).

O único setor que eliminou mais vagas que 2015 foi serviços, onde as demissões superaram as contratações formais em 390,1 mil, para um saldo negativo de 276 mil em 2015.

Saldo de vagas de trabalho - Por setor

SERVIÇOS

O único setor que eliminou mais vagas que 2015 foi serviços, que viveu o seu pior ano para o mercado de trabalho no ano passado, de acordo com os dados divulgados pela pasta. As demissões superaram as contratações formais em 390,1 mil, para um saldo negativo de 276 mil em 2015.

Os segmentos que tiveram o pior desempenho em serviços foram os ligados a comércio, administração, imóveis e serviços técnicos, com a eliminação de 177,5 mil vagas.

Em seguida vêm os segmentos ligados a alimentação, reparos e manutenção, com 129,2 mil postos de trabalho formais a menos.

DEZEMBRO

Em dezembro de 2016, a quantidade de demissões superou as contratações em 462,3 mil, de acordo com os números do ministério. Foi um resultado melhor do que o mesmo mês do ano retrasado, quando 596,2 mil vagas foram eliminadas.

O mês passado foi o 21º mês consecutivo em que o país demitiu mais trabalhadores do que contratou.


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