Folha de S. Paulo


Bolsa sobe 39%, e ação foi investimento mais rentável de 2016

Marcos Santos/USP Imagens
A retração do Brasil puxou o resultado negativo para a economia da América Latina. A expectativa para os países da região é de retração de 0,3% este ano. Para 2017, a previsão é de crescimento de 1,6%.No relatório Perspectiva Econômica Global, o Fundo Monetário Internacional diz que no Brasil a recessão é causada pela incerteza política, em meio às contínuas repercussões das investigações da Operação Lava Jato. O FMI acrescenta que as investigações na Petrobras estão sendo mais profundas e prolongadas do que se esperava.Para o fundo, a economia global deve crescer 3,4% este ano e 3,6% no próximo, dois décimos a menos do que o previsto em outubro.Na atualização feita ao relatório, o FMI justifica a revisão para baixo do crescimento mundial tanto em 2016 quanto em 2017 principalmente com o desempenho econômico dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento, como o Brasil. Fonte ABR - notas de real
O Ibovespa subiu 38,9% e impulsionou ganhos de quem investiu em fundos de ações

A recuperação da Bolsa de Valores transformou o mercado acionário no investimento mais rentável deste ano, considerando as aplicações mais populares.

Em 2016, o Ibovespa subiu 38,9% e impulsionou ganhos de quem investiu em fundos de ações. A valorização é a maior desde 2009, quando o principal índice acionário brasileiro havia avançado mais de 80%.

A alta veio na esteira da expectativa de recuperação da economia e também da volta dos investidores estrangeiros, que procuravam oportunidades de ganhos maiores em economias emergentes.

O cenário é o oposto do visto nos anos mais recentes, quando a Bolsa caía, e fundos cambiais lideravam ganhos. Neste ano, os investimentos em dólar tiveram o pior desempenho entre os produtos avaliados. A moeda à vista caiu 17,8%, primeira desvalorização desde 2010.

Para o próximo ano, o avanço das reformas propostas pelo governo, como a da Previdência, deve ditar a continuidade dos ganhos. Na contramão, o início do mandato de Donald Trump como presidente dos EUA e o desenrolar da Operação Lava Jato podem trazer incertezas para o mercado e afetar a rentabilidade dos investimentos.

ANO DAS AÇÕES - Rentabilidade bruta no ano, em %

RECOMENDAÇÃO

No geral, especialistas esperam nova alta para ações no próximo ano. Ainda assim, as aplicações em renda variável devem compor apenas uma pequena parcela dos investimentos.

O professor do Insper e planejador financeiro Michael Viriato recomenda que mesmo investidores mais conservadores tenham entre 3% e 5% do dinheiro aplicado em fundos de ações, uma forma de aproveitar parte de uma possível continuidade das altas recentes. Os mais agressivos podem ter até 20%.

Marcos Figueiredo, superintendente de investimentos do Santander, sugere fundos multimercados –que misturam aplicações em renda fixa e variável– para os mais cautelosos. Ações, só para quem tem maior disposição em arriscar.

Eles estão alinhados, no entanto, na percepção de que o investidor precisará estar mais disposto a correr riscos se quiser manter ganhos elevados.

"É preciso virar a chave para um pouco mais de risco nos investimentos", afirma o professor do Insper.

No último ano, o investidor se beneficiou dos juros altos.

A Selic ficou em 14,25% até outubro, quando o Banco Central iniciou o processo de redução de juros. Hoje, ela é de 13,75% ao ano, mas economistas esperam que recue para 10,75% ao final de 2017.

Com isso, deve diminuir a rentabilidade dos investimentos em renda fixa, que trouxeram ganhos acima dos 10% neste ano.

invista o 13º

A sugestão é buscar papéis que paguem a variação da inflação e mais uma taxa de juros, como o título público Tesouro IPCA+.

Hoje, é possível investir nesse papel com taxas ao redor de 6% ao ano mais a variação do IPCA.

O risco dos investimentos atrelados à inflação é perder dinheiro se o título for vendido antes do vencimento. No entanto, se o poupador carregar a aplicação até o final, receberá a remuneração contratada.

Ainda assim, a regra geral é ter uma fatia dos investimentos em papéis pós-fixados, como Tesouro Selic, CDBs ou fundos que invistam em títulos pós-fixados.

O pequeno poupador deve ter pelo menos o equivalente a seis meses de gastos nessas aplicações, como reserva para recorrer caso ocorra alguma emergência.


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