Folha de S. Paulo


Vale vende ativos de fertilizantes para Mosaic por US$ 2,5 bilhões

A Vale informou nesta segunda (19) que concluiu negociações com a americana Mosaic para a venda de seus ativos de fertilizantes.

O negócio renderá US$ 2,5 bilhões, sendo que metade do valor será pago em ações da própria Mosaic.

A Vale manterá apenas ativos de fosfatados localizadas em Cubatão. Todos os outros negócios de fertilizantes, incluindo o projeto de potássio Carnalita, em Sergipe, e atividades no exterior, foram vendidos.

A Mosaic avalia ainda se ficará com o projeto Rio Colorado, na Argentina, suspenso pela Vale em 2013.

De acordo com a mineradora, após a conclusão da operação, a Vale terá 11% das ações da Mosaic e direito de indicar dois membros do conselho de administração da companhia.

As ações não poderão ser vendidas em um prazo de dois anos. Depois disso, a Vale poderá se desfazer da participação.

Em vídeo distribuído pela Vale, o presidente da companhia, Murilo Ferreira, diz que a associação com a Mosaic é importante porque a mineradora brasileira nunca descobriu grandes reservas de minerais usados para a fabricação de fertilizantes, mas tem estrutura logística para movimentar os produtos no Brasil.

Com a operação, diz a empresa, a Vale "fortalece" sua posição no mercado mundial de fertilizantes.

"Acreditamos que o Brasil será o primeiro no mercado em produção de grãos. Hoje estamos entre os três primeiros, mas a liderança é questão de tempo", afirmou.

O potencial do mercado brasileiro também foi citado pelo presidente da Mosaic, Joc O'Rourke, em nota distribuída pela companhia.

"Essa aquisição trará à Mosaic uma grande oportunidade de se beneficiar do mercado agrícola brasileiro, que cresce rapidamente", disse o executivo.

A Mosaic informou que emitirá dívida para levantar os US$ 1,25 bilhão que pagará à Vale. Segundo a empresa, a aquisição deve gerar US$ 80 milhões em sinergias.

A transação envolve ativos com capacidade de produção de 4,8 milhões de toneladas de fertilizantes fosfatados e 500 mil toneladas de fosfato.

Inclui cinco minas, quatro fábricas de produção de químicos e fertilizantes e uma unidade de potássio no Brasil, além de projetos no Peru e no Canadá.

A Vale informou que usará os recursos desta operação para reduzir sua dívida.


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