Folha de S. Paulo


Empresas de conserto e reforma aquecem o setor de construção

O setor da construção civil ainda retoma o ritmo no Brasil, mas franquias que oferecem serviços nessa área encontram um mercado mais aquecido.

Números da ABF (Associação Brasileira de Franchising) mostram que as redes do segmento de casa e construção apresentaram aumento de 13% no número de unidades no terceiro trimestre de 2016, em comparação ao mesmo período do ano passado.

Esse segmento engloba empresas que prestam serviços diretos à construção, como locação de andaimes e betoneiras, e as que oferecem itens de decoração e fazem reparos e manutenção -são essas últimas que ajudam a alavancar os números.

"A dificuldade de construir ou comprar um imóvel estimula franquias que podem agregar algo, como uma pintura ou uma pequena reforma, já que a casa é sempre um sonho de consumo", diz Altino Cristofoletti, presidente eleito da ABF.

Para Artur Takesawa, consultor de franquias do Sebrae-SP, o aumento do desemprego também eleva a busca por um negócio próprio.

"Muitas franquias de casa e construção focam prestação de serviços e requerem investimento baixo, o que atrai o empreendedor por necessidade", afirma. "Vejo que o perfil de pequenas obras e reforma rápida desperta grande interesse e há franquias dessa área com crescimento acima de dois dígitos", diz.

Franquias do tipo "marido de aluguel", que podem oferecer serviços de pintura, pequenos reparos, manutenção ou reformas, exigem investimento de R$ 15 mil a R$ 90 mil, dependendo do porte da empresa e do tamanho da cidade onde serão instaladas.

CLIENTES

A demanda também aumenta. Segundo a ABF, o faturamento do setor foi de R$ 1,7 bilhão no terceiro trimestre de 2015 para R$ 1,9 bilhão no mesmo período deste ano.

O analista de sistemas Luciano Lugli, 35, criou em setembro de 2015 a rede de franquias Especialista do Lar, que oferece serviços de obras, manutenção e limpeza.

A marca tem cinco unidades na Grande São Paulo e no Rio Grande do Sul e fechou contratos para quatro novas lojas em outros Estados. "De setembro para cá, parece que existe um novo mercado. Tivemos crescimento de 40% no faturamento", afirma.

Para Lugli, o aumento de clientes se deve à busca por maior credibilidade no serviço. "As pessoas estão cansadas de prestadores que não cumprem prazos e metas."

O grupo Zaiom também comemora a alta de suas franquias de casa e construção. Sua marca Dr. Jardim, que presta serviços de jardinagem e manutenção de piscinas, teve incremento de 19% no faturamento no terceiro trimestre de 2016 e nove unidades abertas no ano.

Entre elas, a do Morumbi, em São Paulo, comandada pela advogada Juliana Medeiros, 38. Como o irmão já atuava na área, eles decidiram se tornar uma franquia.

"Crescemos cerca de 20% por mês desde que nos franqueamos. Como entramos na casa do cliente, existe uma relação de confiança e credibilidade, que nem sempre consegue ser criada com uma marca própria", diz ela.


Endereço da página:

Links no texto: