Ao entrar no ramo de franquias, o empreendedor começa a trabalhar bem antes de abrir seu negócio, com tarefas que incluem contratar um advogado e falar com outros franqueados. Mas o primeiro passo é entender que, apesar da mais segurança de uma rede mais ampla, a franquia também tem riscos.
"Muitos candidatos acham que a franquia chega pronta e não vão precisar trabalhar, mas é um negócio como qualquer outro", diz Rodolfo Leandro Olivo, da FIA (Fundação Instituto de Administração). "Se não investir tempo e dinheiro, vai falir", completa.
Por isso, Darcy Junior, do Sebrae, diz que o ideal é buscar um setor por afinidade. "No início, a pessoa fica perdida com tanta opção, então é melhor procurar algo de que goste." É esse o perfil que busca Elídio Biazini, 57, dono da rede de franquias Dídio Pizza. "O dono de uma loja trabalha domingo, feriado... Antes de fazer um contrato, preciso ter certeza de que ele está a fim."
Após decidir em qual marca vai investir, o candidato recebe da franqueadora a COF (circular de oferta de franquias), que contém informações como balanço e ações judiciais contra a franqueadora.
"O empreendedor deve receber o COF dez dias antes de assinar ou pagar qualquer quantia", afirma o advogado Francisco dos Santos Dias Bloch, especialista na área. De acordo com o advogado, o mais importante é conversar com atuais e antigos franqueados-os contatos devem estar na COF.
Para Junior, do Sebrae, o empresário deve usar esse momento para pesquisar todas as informações sobre setor e marca escolhidos. Foi o que fez Fernando Andrade, 48, que abriu há duas semanas em um shopping de Guarulhos (Grande São Paulo) quiosques das marcas de relógio Euro e Touch.
Andrade fez reunião com a empresa dona da marca e foi ao Rio conhecer lojas já em funcionamento antes de fechar o contrato. Foram dois meses entre o início da conversa e a inauguração. "Consegui fazer rápido porque toquei, em paralelo, a abertura da empresa e operações como a contratação de pessoal."