Folha de S. Paulo


Assolado por crítica, Facebook recorre a checadores para conter notícia falsa

Jeff Chiu - 15.jan.13/Associated Press
ORG XMIT: CAJC106 Facebook CEO Mark Zuckerberg speaks at Facebook headquarters in Menlo Park, Calif., Tuesday, Jan. 15, 2013. Zuckerberg introduced
Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook

Assolado por críticas, o Facebook anunciou as primeiras ações de combate à propagação de notícias falsas em sua plataforma.

A veiculação de informações irreais pela rede social tem sido alvo de ataques, que se intensificaram após a eleição dos EUA –críticos afirmam que reportagens falsas tiveram influência na vitória de Donald Trump.

O vice-presidente do Feed de Notícias do Facebook, Adam Mosseri, disse ter fechado, num primeiro momento, parcerias com os serviços de checagem da ABC, da Associated Press, do FactCheck, do Snopes e do PolitiFact, este vencedor do Pulitzer.

Eles vão checar a veracidade da publicação que for sinalizada ("flagged") como notícia falsa pelos usuários. A própria sinalização pelos internauta será facilitada.

"Ainda será possível compartilhar essas publicações, mas você verá um aviso de que elas foram contestadas", disse Mosseri. "E, uma vez sinalizadas, não poderão ser transformadas em anúncio ou promovidas." As publicações questionadas também passarão a ter menos destaque no Feed de Notícias.

"Não podemos nos tornar árbitros da verdade, então estamos abordando esse problema com cuidado", disse o executivo. Daí o recurso a terceiros e usuários.

Com o tempo, outros serviços de checagem ligados à Rede Internacional de Checadores devem entrar na parceria. Entre eles, estão três brasileiros: Lupa, Truco e Aos Fatos.

Cristina Tardáguila, diretora da Agência Lupa, já recebeu um aviso sobre as mudanças. "É um grande passo, uma grande conquista", diz.

Também nesta quinta (15), o instituto Pew divulgou que, em pesquisa feita entre os dias 1º e 4, 64% dos americanos disseram que notícias falsas causaram "muita confusão sobre os fatos básicos dos acontecimentos correntes".

E um em cada quatro americanos (23%) disseram ter compartilhado notícia falsa -com 14% dizendo saber que era inverídica.


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