Folha de S. Paulo


Quem tem dívidas deve negociar descontos antes de usar 13º salário

O fim do vermelho

O crédito não é farto, mas os grandes bancos preferem renegociar dívidas a tomar calotes. E todos os credores apostam, de alguma forma, na estratégia de que o 13º salário será de quem chegar primeiro oferecendo desconto nos débitos em atraso.

Por isso, antes de fechar um acordo para reorganizar as contas, o ideal é usar a renda extra como uma arma e só aceitar os termos depois de conseguir juros mais baratos.

"O ideal é não sair pagando dívidas. O primeiro passo é olhar todas aquelas em que incidem juros, conversar com o banco e buscar renegociação. Se não houver acordo, vá para outro banco com custo menor", sugere o planejador financeiro José Luiz Masini.

13º SALÁRIO E O FIM DE ANO
Como usar e aplicar a renda extra
Notas de real de 13º salário

Para saber se a taxa que uma instituição financeira está oferecendo é cara ou barata, recorra ao site do Banco Central. Lá é possível pesquisar o juro médio cobrado em cada linha por banco.

Entre os grandes, a taxa do crédito pessoal é mais barata hoje no Santander (3,31% ao mês).

Mas alguns bancos menores cobram ainda menos nessa mesma linha, uma das recomendadas para reorganizar as dívidas.

O destino do 13º

Já nas fintechs (empresas novatas do setor financeiro), que prometem juros menores, é preciso preencher o cadastro no site e verificar se seu perfil de crédito se enquadra no dos clientes que elas atendem. É mais difícil conseguir empréstimo se o cliente está no cadastro de devedores ou se uma parcela muito grande da renda estiver comprometida com dívidas.

Essas empresas atuam como correspondentes bancários. Isso significa que elas são uma espécie de revendedoras de crédito de bancos pequenos, mas costumam oferecer taxas menores porque fecham acordo com análise de crédito mais criteriosa.

Marcelo Ciampolini, da fintech Lendico, sugere que o devedor simule a contratação do crédito no site do próprio banco do qual é cliente antes de começar a negociar. Assim, já será possível saber as condições efetivamente oferecidas. A partir desse ponto, existe uma régua de comparação. Para não contratar o financiamento antes da hora, não digite a senha.

invista o 13º

CUSTO EFETIVO

Ao contratar um crédito, o correntista não deve analisar apenas a taxa de juro nominal, informada pelo banco inicialmente. O mais importante para a análise dos empréstimos é o Custo Efetivo Total, taxa que aparece em todos os contratos de crédito identificada pela sigla CET.

Essa segunda taxa —sempre mais cara— inclui impostos, seguro e outros custos que o banco cobra ao conceder um crédito. Ela indica quanto, de fato, o cliente vai pagar pelo empréstimo.

Por isso, é importante perguntar, durante a pesquisa, não só a taxa de juros, mas o custo total da operação.

Muitas vezes, uma operação sem seguro tem uma taxa nominal mais cara, mas terá um custo menor para o cliente no final da operação.

Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
13º salário - O salário mínimo passa a valer R$ 880 a partir de hoje (1º). São R$ 92 a mais do que o valor anterior de R$ 788.
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