Folha de S. Paulo


'Rei da noite' nos anos 1980 e 1990 se associa a atual 'reizinho da noite' de SP

Danilo Verpa/Folhapress
SAO PAULO - SP - 26.10.2016 - Retrato do Jose Victor Oliva para contar sobre os novos projetos da empresa dele, a Holding Clube.. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, MERCADO)
José Victor Oliva, que pretende explorar potencial publicitário de casas noturnas

"Não vai me colocar de velho na história. Eu sou 'vintage'", diz José Victor Oliva, 60, conhecido como o "rei da noite" nos anos 1980 e 1990 por casas como Gallery, Banana Café e Resumo da Ópera.

O empresário acaba de comprar uma participação no Grupo Vegas, do argentino Facundo Guerra, 42, que ganhou o posto de "reizinho da noite" na dinastia baladeira paulistana ao longo da última década, ao conseguir atrair a boêmia de classe média para o centro da capital com estabelecimentos como Vegas e Volt.

Sem revelar o valor do negócio, Oliva diz querer tratar as casas de Guerra "de modo um pouco mais empresarial".

Para Guerra, a sociedade representa, além de investimento, a chance de migrar "da noite para o dia". "Tenho 42 anos. Não posso ficar na noite para sempre", diz.

"O José Victor tem uma solidez que eu, sozinho, não tenho. Nunca tive um investidor, sempre apliquei o próprio lucro para crescer."

Mas o interesse do "vintage" em um mercado que deixou há 20 anos não é o lucro obtido na venda de bebida alcoólica, afirma Oliva, que já hesita em usar o ultrapassado termo "disco" ou "balada", mais moderno, quando se refere a casas noturnas.

Ele está de olho é na capacidade de Guerra de resgatar imóveis degradados ou estabelecimentos esquecidos para recolocá-los na moda. E, enfim, explorar o potencial publicitário desses lugares.

Quando o próprio Oliva fez sua "migração da noite para o dia" no passado, ele se estabeleceu no marketing e tornou-se especialista no ofício de criar ambientes descontraídos para expor marcas a consumidores.

No fim dos anos 1980, abriu a empresa Banco de Eventos. Hoje, é dono da Holding Clube, que reúne agências especializadas em produzir ações promocionais, eventos, lançamentos de produtos e marketing digital. Foi dele a ideia de criar o camarote da Brahma no Carnaval carioca.

Aí começam as sinergias com Guerra, que, por sua vez, também acumula no currículo a experiência de usar festas para expor marcas de anunciantes aos frequentadores. Ele atuou, por exemplo, na criação de festas em parceria com a Heineken.

A sociedade chega com o lançamento da Storymakers, nova agência de Oliva, que visa criar para as marcas clientes projetos que variam de um aplicativo ou canal no YouTube a festas e espaços culturais.

Um dos endereços de Guerra que podem dar suporte a projetos da Storymaker é o Arcos, bar que será inaugurado em 2017 no subsolo do Theatro Municipal de São Paulo.

Também pode entrar no alvo das ações de marcas um projeto de cinema ao ar livre no topo do prédio da Gazeta, na avenida Paulista.

Paralelamente, a Storymaker começa a gestar mais ideias, como canais com dois famosos no YouTube -um deles é a apresentadora Sabrina Sato, mas o outro nome é sigilo.

E está na mira uma parceria com uma grande multinacional de entretenimento, sobre a qual Oliva não abre detalhes. Ele também faz mistério sobre o que promete ser um "grande evento gastronômico".


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