Folha de S. Paulo


BRF quer deixar de ser exportadora e se firmar como multinacional

A zona industrial de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, abriga a maior fábrica de alimentos do Oriente Médio. Inaugurada em 2014 pela BRF, é um dos mais recentes investimentos da empresa no exterior e tornou-se um dos símbolos da nova estratégia da companhia.

A dona das marcas Sadia e Perdigão não quer ser mais exportadora. Quer ser multinacional. "Não é mandar o contêiner e ir embora, mas ter estrutura para olhar o consumidor, a distribuição, as marcas. Estamos no meio dessa transformação", diz o diretor financeiro, Élcio Ito.

Segundo ele, a ideia é ser menos dependente da venda de carne de frango e aumentar a importância dos produtos processados.

BRF - Maior exportadora de carne e frango do mundo, é dona das marcas Sadia e Perdigão

A companhia investiu cerca de US$ 1 bilhão na construção de unidades e na aquisição de empresas no exterior desde 2014. O resultado foi um salto no número de fábricas lá fora – de 9 em 2013 para as atuais 19 – e nas vendas. Com isso, o peso da operação internacional aumentou. Em junho, representou quase 60% das receitas. Em 2013, era 48%.

O esforço para expandir as operações no exterior seguiu neste ano com a compra de uma empresa tailandesa. No horizonte, está ainda o aumento da presença na China. A companhia firmou acordo para adquirir ações de uma firma local.

Charles Guerra/Agência RBS/Folhapress
Complexo industrial da BRF Brasil Foods em Videira, Santa Catarina
Complexo industrial da BRF Brasil Foods em Videira, Santa Catarina

O mercado asiático é ainda pouco expressivo para a BRF. Depois do Brasil, do Oriente Médio e da África são os mais importantes. Na região, além da presença fabril, a companhia fez investimentos em marketing que fizeram da Sadia uma marca renomada. A ideia é replicar a receita em outros países.


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