Folha de S. Paulo


Falar que Brasil é protecionista é 'discutível', diz José Serra

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Falar que a economia brasileira é uma das mais fechadas e protecionistas do mundo é "discutível", disse o ministro da Relações Exteriores, José Serra.

A posição do ministro destoa dos demais palestrantes que participaram do Fórum Comércio Exterior, realizado pela Folha em parceria com a Confederação Nacional da Indústria, nesta terça (25).

Na visão do professor de Harvard Robert Lawrence, por exemplo, o primeiro passo para maior integração do Brasil à economia mundial deve ser uma reforma das tarifas impostas às importações.

"Quando você fala de tarifas, se você pega esse imposto e divide pelo volume de importações em dinheiro, a distância do Brasil para os outros países não é tão grande", afirmou Serra.

Subsídios agrícolas na Europa e barreiras sanitárias às exportações brasileiras seriam outras medidas protecionistas adotadas por outros países e que relativizariam a posição do Brasil.

O ministro também criticou a estratégia multilateralista de integração ao comércio internacional via Organização Mundial do Comércio (OMC), a qual classificou como "ignorância". A retomada do protagonismo da organização na economia mundial foi outra bandeira defendida por Lawrence.

Além de uma abordagem bilateral, alavancar as exportações brasileiras depende de redução do custo Brasil, que nos cálculos do tucano representariam 25% do preço final das mercadorias brasileiras.

PRÉ-SAL

Serra também aproveitou para criticar a lentidão na aprovação de projeto de lei de sua autoria que acaba com a obrigatoriedade da Petrobras ter ao menos 30% de participação e ser a operadora única dos campos de exploração do pré-sal.

"Esse projeto que é banal até hoje não foi votado. Desde o início do meu mandato como senador foram quase dois anos para aprovar um projeto simples que apenas desobriga a Petrobras de estar em todos os poços do prés-sal", afirmou.


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