Folha de S. Paulo


Petrobras reduz preços de gasolina e diesel pela 1ª vez desde 2009

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (14) uma redução dos preços dos combustíveis, no primeiro reajuste negativo desde 2009 para a gasolina e diesel, ao apresentar nova política de preços de combustíveis que promete ser mais transparente e trazer agilidade para atualizar as cotações nas refinarias, algo amplamente desejado pelo mercado.

A nova política criou o Grupo Executivo de Mercado e Preços da Petrobras, que em sua primeira reunião decidiu reduzir o preço do diesel em 2,7% e da gasolina em 3,2% nas refinarias (média Brasil), a partir da zero hora de sábado (15).

A última vez que a Petrobras reduziu os preços da gasolina e do diesel foi em 9 de junho de 2009, quando o valor do primeiro caiu 4,5% e o do segundo foi reduzido em 15%, segundo a estatal.

PREÇOS DO COMBUSTÍVEL
Petrobras reduz gasolina e diesel
PAULO WHITAKER/REUTERS

O grupo, formado pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, o diretor de Refino e de Gás Natural, Jorge Celestino, e o diretor Financeiro, Ivan Monteiro, vai se reunir pelo menos uma vez por mês para avaliar o cenário e decidir sobre as cotações.

Com os preços dos combustíveis mais baixos no exterior do que no Brasil, muitos integrantes do mercado estavam aproveitando para importar derivados e ganhar mercado da estatal no país.

Parente destacou que o governo federal, acionista majoritário, e o Conselho de Administração da companhia não foram previamente informados sobre quais seriam os percentuais de reajuste e quando eles aconteceriam.

O comportamento foi muito diferente do que acontecia em gestões anteriores, quando os reajustes eram decididos dentro de reuniões do Conselho de Administração, composto anteriormente por alguns integrantes do governo como o ministro da Fazenda.

Segundo ele, o impacto do reajuste no preço final ao consumidor depende de decisões de postos de combustíveis e distribuidoras.

DEFASAGEM - Diferença entre preço da gasolina no Brasil e no golfo do México (em %)

Além disso, o executivo frisou que a empresa não levou em conta impactos na inflação e possíveis efeitos na economia do país.

"Isso foi uma decisão que levou em conta o interesse e os aspectos inerentes à própria companhia. Tem a ver com a economia para a empresa e não tem nada a ver com a economia em geral", disse.

Parente explicou que, se o reajuste nos combustíveis for totalmente repassado para a bomba, o impacto seria de aproximadamente 0,05 real por litro para os dois combustíveis.

ENDIVIDAMENTO

A venda de combustíveis a preços abaixo de mercado nos últimos anos é apontada por analistas como uma das principais causas do elevado endividamento da estatal. A política de segurar os preços dos combustíveis para conter a inflação sangrou o caixa da estatal, que deixou de ganhar R$ 55 bilhões de 2011 a 2014 segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infra Estrutura).

Em seu plano de negócios, o presidente da estatal, Pedro Parente, já havia indicado que a Petrobras buscava paridade de preços com o mercado internacional, com base na flutuação do barril de petróleo e nas necessidades de caixa da companhia.

Uma política independente de preços de combustíveis é considerada fundamental para que a empresa atraia sócios para suas refinarias.

Na bomba


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