Folha de S. Paulo


Companhias aéreas perdem 4,7 mi de passageiros, mas não baixam preços

Paulo Pinto/ Fotos Públicas
14/07/2016- São Paulo, Brasil- Recessão atinge companhias aéreas brasileiras e oferta de voos pode diminuir. Na foto: avião pousa no aeroporto Internacional de São Paulo.( Fotos Publicas)
Avião pousa no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo

As empresas aéreas nacionais venderam no primeiro semestre deste ano 4,7 milhões de assentos aéreos a menos que no mesmo período de 2015, caindo de 26,5 milhões para 21,8 milhões.

Ao mesmo tempo, o valor médio das passagens vendidas subiu 0,2% em relação ao igual semestre do ano passado.

As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (10) pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em seu relatório semestral sobre tarifas aéreas no Brasil.

O preço médio de todos os bilhetes vendidos no semestre foi de R$ 322,44, pouco superior aos R$ 321,66 dos primeiros seis meses de 2015 (já considerada a inflação), quando as passagens atingiram seu menor nível desde 2002 para o semestre.

Os preços pagos pelos passageiros não se mostraram melhores para o consumidor no semestre, mesmo com a queda de 18% nos assentos comercializados.

A pesquisa aponta que os preços pagos das passagens passaram a ficar mais concentrados na faixa entre R$ 300 e R$ 1.000, em que foram vendidas 39,5% no 1º semestre deste ano contra 35,8% no período anterior. Já nas passagens até R$ 300, a quantidade caiu de 61% para 58,3% dos assentos.

Na faixa específica de passagens até R$ 100, a quantidade de assentos vendidos caiu de 12,8% para 9,5%. Também caíram as passagens vendidas acima de R$ 1.000 (de 3,2% para 2,2%).

Essa medição da Anac é diferente da feita pelos institutos que apuram a inflação, que medem o valor que as empresas ofertam as passagens no mês (no caso da Anac, o valor considerado é o efetivamente vendido de cada bilhete, o que pega promoções de meses anteriores, por exemplo). No acumulado de 12 meses, há deflação de 5,3% nesse item pelo IPCA de setembro de 2016.

Dados de outros relatórios da Anac e da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) mostram que a crise da queda do número de passageiros aéreos tem sido enfrentada pelas empresas com o fechamento de linhas e redução de voos, reduzindo assim a oferta de assentos. A redução foi de 6% no acumulado do ano até agosto.

Por causa disso, os aviões também estão fazendo maiores distâncias. A distância média por voo alcançou o maior percentual da medição, que vem desde 2002, chegando aos 1.118 quilômetros por viagem. No ano anterior, a média foi de 1.105 quilômetros.


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