Folha de S. Paulo


Na TV, Meirelles diz que teto preserva gastos com saúde e educação

No pronunciamento em rede nacional de rádio e TV que fez na noite desta quinta-feira (6), o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) defendeu a proposta que limita os gastos federais e disse que as despesas com saúde e educação serão preservadas.

A íntegra do discurso (veja abaixo), que foi ao ar às 20h. foi divulgada pelo ministério nesta tarde. A chamada PEC do teto deve ser votada no plenário da Câmara na próxima semana.

Na primeira parte do discurso, Meirelles faz um balanço do país que recebeu da administração anterior e diz que o governo vinha se endividando e pagando juros muito altos para poder financiar o rombo nas contas públicas, pois gastava mais do que arrecadava.

O ministro afirma ainda que o clima de insegurança tomou conta da economia, investidores cancelaram seus projetos e, com isso, milhões de pessoas perderam os seus empregos.

Depois, Meirelles defende a proposta utilizando como exemplo o gasto de uma família.

"Na sua casa, todos sabem que não podem se endividar para gastar mais do que ganham, continuamente. Com o governo acontece a mesma coisa. Temos que sair da crise e reverter esse quadro de recessão e de desemprego. É por isso que defendemos o equilíbrio das contas do país."

Segundo o ministro, o projeto visa a "ajustar as contas de forma gradual, sem retirar direitos, sem cortar o dinheiro dos projetos mais importantes" e essenciais.

"Saúde e educação, por exemplo, serão preservados. Estamos criando mecanismos para garantir que essas áreas prioritárias não terão perdas."

Meirelles afirma ainda que a confiança de consumidores, investidores e empresários já está retornando e diz acreditar que o Congresso aprovará o projeto do governo.

"Este é o caminho para a volta do crescimento de nossa economia e para a criação de empregos que o nosso povo precisa", afirma o ministro.

"Não aceitamos mais inflação e desemprego. Porque os mais pobres é que pagam essa conta. Com a aprovação da proposta que equilibra as contas públicas vamos superar esse momento e recolocar o Brasil no caminho da justiça social com desenvolvimento de verdade."

O texto base da PEC foi aprovado nesta quinta-feira (6) na comissão especial da Câmara que analisou a questão, sob protestos de deputados da oposição.

*

Veja a íntegra do pronunciamento do ministro da Fazenda:

"Boa noite, eu sou Henrique Meirelles, e assumi o Ministério da Fazenda quando o Brasil enfrenta a pior recessão de sua história. Os gastos públicos foram elevados muito além da arrecadação nos últimos anos. Para você ter uma ideia, só neste ano o nosso déficit será de 170 bilhões de reais. Ou seja, esse é o tamanho do prejuízo que tivemos que assumir.

E isso já vinha ocorrendo em anos anteriores. O governo vinha se endividando e pagando juros muito altos para poder financiar essa conta. A inflação saiu do controle e está acima dos limites aceitáveis. O clima de insegurança tomou conta da economia. Os investidores cancelaram seus projetos. Com isso, milhões de pessoas perderam os seus empregos.

Na sua casa, todos sabem que não podem se endividar para gastar mais do que ganham, continuamente. Com o governo acontece a mesma coisa. Temos que sair da crise e reverter esse quadro de recessão e de desemprego. É por isso que defendemos o equilíbrio das contas do país.

O governo Temer enviou uma proposta para mudar a Constituição e equilibrar o orçamento nos próximos anos. É necessário um prazo para ajustar as contas de forma gradual, sem retirar direitos, sem cortar o dinheiro dos projetos mais importantes, aqueles essenciais. Saúde e educação, por exemplo, serão preservados. Estamos criando mecanismos para garantir que essas áreas prioritárias não terão perdas.

Com o controle dos gastos, o Brasil vai recuperar a credibilidade. A confiança de consumidores, investidores e empresários já está retornando. Já notamos os primeiros sinais dessa mudança. Confiamos que o Congresso aprovará essa medida que vai equilibrar as contas públicas.

Este é o caminho para a volta do crescimento de nossa economia e para a criação de empregos que o nosso povo precisa. O momento exige de todos nós dedicação e esforço para que o Brasil volte a crescer e gerar prosperidade. Não aceitamos mais inflação e desemprego. Porque os mais pobres é que pagam essa conta.

Com a aprovação da proposta que equilibra as contas públicas vamos superar esse momento e recolocar o Brasil no caminho da justiça social com desenvolvimento de verdade. Obrigado pela atenção. E boa noite a todos."


Endereço da página:

Links no texto: