Folha de S. Paulo


Construtora Viver pede recuperação judicial

Roberto Assunção/Folhapress
Área de lazer de residencial em São Paulo construído pela Viver, antiga Inpar
Área de lazer de residencial em São Paulo construído pela Viver, antiga Inpar

A construtora e incorporadora Viver informou que pediu recuperação judicial na sexta-feira (16), num processo que envolve dívidas de cerca de R$ 1 bilhão.

O anúncio acontece dias após a companhia, cujo nome anterior era Inpar, ter sido alvo de duas execuções judiciais, uma de R$ 15 milhões e outra de R$ 18,5 milhões, referentes a dívidas não pagas pela companhia.

Na véspera, ao anunciar a segunda execução, a Viver havia informado que estava avaliando providências legais cabíveis para sua "defesa de forma a preservar os interesses de seus acionistas e promover a continuidade operacional".

Segundo Luis De Lucio, diretor-geral do escritório Alvarez & Marsal, contratado pela Viver desde fevereiro e que é a assessora no pedido de recuperação judicial, a companhia já vêm tomando medidas nos últimos meses visando a preservar suas operações.

"O pedido de recuperação é reflexo do ambiente adverso que está afetando as construtoras, com demanda fraca, falta de crédito e quedas dos preços dos imóveis", disse De Lucio à Reuters.

No fim de junho, Viver tinha caixa de R$ 25,5 milhões, contra R$ 24,4 milhões no fim de março.

Na comparação ano a ano, a receita líquida da companhia no segundo trimestre caiu 9,1%, enquanto o prejuízo subiu 9,5%.

"A companhia continuará focada na continuidade das suas atividades, atendimento a clientes, cumprimento de seus objetivos e confiante de que esta foi a melhor medida que poderia ter sido adotada neste momento", afirmou a empresa em nota ao mercado na sexta-feira.

A decisão da Viver sublinha os desafios enfrentados por companhias de vários setores no Brasil, que vive a maior recessão econômica em quase um século.

Com um cenário pontuado por escassez de crédito, desemprego em alta e aumento rápido do endividamento, o mecanismo da recuperação judicial no Brasil já foi adotado por empresas de vários setores, incluindo as empreiteiras OAS e Galvão Engenharia, a operadora de telecomunicações Oi e a afretadora de sondas para exploração de petróleo Sete Brasil.


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