Folha de S. Paulo


Estados Unidos criam menos vagas de trabalho que o esperado em agosto

Justin Sullivan/Getty Images/AFP
Cartaz com frase
Cartaz com frase "Estamos contratando" em frente a escritório do banco Chase na Califórnia (EUA)

Após um mês de boas notícias no mercado de trabalho, os EUA registraram uma adição aquém da esperada de novas vagas em agosto: 151 mil. Economistas especulavam alta de 175 mil a 180 mil.

Pelo terceiro mês consecutivo, o índice de desemprego ficou em 4,9% (cerca de 7,8 milhões de pessoas), contra projeções de 4,8%. Não caiu, mas segue o padrão que vigora desde o fim do ano passado: de 5% para baixo. Em outubro de 2009, era o dobro disso.

É o que revela o relatório sobre emprego em agosto, divulgado nesta sexta-feira (2) pelo Departamento do Trabalho americano.

Os números eram aguardados com grande expectativa, pois, embora agosto tenha sido um mês fraco nos últimos cinco anos, uma alta pujante poderia dar gás a uma declaração que a presidente do Fed (banco central dos EUA), Janet Yellen, deu na semana passada.

Criação de vagas de emprego nos EUA - Em mil

Em julho, o país ganhara 275 mil vagas, quando economistas previam acréscimo de 76 mil (o Departamento de Trabalho revisou o número para cima: antes, reportou-se 255 mil novos cargos).

Yellen disse que "a hipótese de aumento da taxa de juros tem ganhado força nos últimos meses", sobretudo se o mercado de trabalho continuasse esbanjando vitalidade.

Subir a taxa básica (desde dezembro mantida entre 0,25% e 0,5%) seria um atestado da boa saúde econômica do país —juros baixos, afinal, são uma muleta adotada para ajudar um mercado cambaleante a reagir, caso dos EUA na crise dos anos 2000, a pior desde a Grande Depressão de 1929.

Desemprego nos EUA - Em %

Ainda que o relatório de emprego tenha decepcionado um pouco, é o 78 mês consecutivo de expansão de vagas.

A narrativa econômica é uma das protagonista da campanha eleitoral. A presidenciável democrata, Hillary Clinton, vê o copo meio cheio: o mercado está aquecendo.

O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, enxerga o copo metade esvaziado: a recuperação é vagarosa demais ("a mais lenta desde a Segunda Guerra", disse manchete do "Wall Street Journal"), e a qualidade dos empregos caiu.


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