Folha de S. Paulo


'Pokémon Go' esquenta venda de produtos da série em lojas 'geek'

Marlene Bergamo/Folhapress
O empresário Fabio Gracia, dono da loja Comic Boom
O empresário Fábio Gracia, dono da loja Comic Boom

A cada jogo lançado ou história de quadrinhos adaptada para o cinema, aumenta o público interessado em produtos licenciados e colecionáveis de personagens.

Com a chegada do game para smartphone "Pokémon Go" ao Brasil, no último dia 3, não foi diferente.

Segundo o empresário Gabriel Castro, 31, dono da loja Terra Magic, o game alavancou a venda de um jogo de cartas dos monstrinhos.

"A febre pegou todo mundo. Além dos 'cards', aumentou muito a procura por outros produtos, como bonecos de pelúcia", afirma.

Baseado nas vendas da primeira semana, ele projeta um crescimento de R$ 20 mil na receita para este mês.

Grande parte desse público, segundo ele, é de pais que assistiam ao desenho japonês e hoje brincam com os filhos caçando Pokémons.

Uma estratégia para atrair clientes é oferecer carregadores de celular no espaço de convivência da loja. "O pessoal toma um refrigerante, pega pokémons e compra os produtos", diz.
Ele torce para que o desenvolvedor do jogo atenda ao seu pedido de criar ali uma "pokéstop", local para coleta de ferramentas que ajudam na caça.

O empresário Fábio Gracia, 34, da loja Comic Boom, atesta ter vendido o dobro de cartas do Pokémon nesse mesmo período. "Acabei com o estoque e precisei fazer dois pedidos adicionais."

Ele nota que os lançamentos acabam modelando a demanda para certos produtos. "O trailer de uma série do Netflix sobre o Punho de Ferro, um super-herói pouco conhecido, fez disparar a venda de produtos dele", exemplifica.

Para divulgar o estabelecimento, o empresário anuncia produtos e eventos nas redes sociais e faz parcerias com "youtubers", que usam a loja para gravar vídeos.

Segundo o consultor do Sebrae Guilherme Arradi, os clientes desse segmento são exigentes e, por isso, os empresários devem conhecer bem cada personagem. "Também é preciso ficar de olho nas modas, que mudam muito rapidamente, para garantir formas de surfar nas boas oportunidades que estão surgindo nesse mercado."

Segundo Arradi, do Sebrae, os brasileiros gastam pouco nesse nicho de cultura pop em comparação com clientes de outros países, mas há potencial para essa média aumentar no país. "O tíquete médio é de R$ 100, mas há produtos raros que podem custar milhares de reais, como é o caso de brinquedos da série original 'Star Wars', dos anos 1970", diz.


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