Folha de S. Paulo


Dólar se mantém em R$ 3,13, apesar de atuação do BC; Bolsa sobe 1%

Marcos Santos/USP Imagens
BC aumentou de 10.000 para 15.000 contratos de compra futura de dólar

O Ibovespa se recupera das perdas da véspera e sobe mais de 1% nesta quinta-feira, acompanhando o bom humor externo e impulsionado pelas ações da Petrobras e do setor financeiro.

O dólar mantém-se na casa dos R$ 3,13, apesar de o Banco Central ter aumentado a oferta de contratos de swap cambial reverso (equivalente à compra futura de dólares) nesta sessão.

A alta de quase 3% do petróleo no mercado internacional, após relatório da AIE (Agência Internacional de Energia) ter projetado "saudável" queda nos estoques globais, beneficia mercados emergentes, como o brasileiro.

Os investidores veem positivamente a possibilidade de antecipação do julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment. Por outro lado, causam desconforto no mercado as incertezas em relação ao ajuste fiscal do governo Temer.

CÂMBIO E JUROS

A moeda americana à vista perdia há pouco 0,11%, a R$ 3,1335, enquanto o dólar comercial subia 0,12%, a R$ 3,1360.

O BC aumentou a oferta diária de contratos de swap cambial reverso de 10.000 para 15.000 contratos nesta quinta-feira (11), no montante de US$ 750 milhões. A operação equivale à compra futura de dólares. Todos os contratos foram leiloados.

Desde 1 de julho, quando voltou a agir no câmbio para reduzir a volatilidade e diminuir o estoque de swap cambial tradicional (que corresponde à venda futura), o BC vinha ofertando quase diariamente 10.000 contratos, no valor de US$ 500 milhões.

Atualmente, o estoque de swap cambial tradicional está em US$ 47,850 bilhões.

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NOTAS DE DÓLAR

José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, destaca que aproximadamente US$ 29 bilhões em contratos de swap cambial tradicional vencem este ano. "A estratégia de elevar a intervenção pode dar um pouco mais de sustentação para a cotação do dólar no curto prazo, mas, neste ritmo de US$ 750 milhões, o estoque de swaps acabará no início de novembro", escreve, em relatório.

Segundo o profissional, para conter a queda do dólar ante o real, seria necessária uma redução no diferencial de juros (diferença entre a taxa brasileira e as de outros países). "O problema é que o mercado local aposta em queda da Selic somente na última reunião do Copom deste ano e o mercado dos EUA aposta em alta de juros pelo Fed somente em meados de 2017."

Ele acrescenta que outra alternativa para conter a queda do dólar seria uma reversão na tendência de alta de longo prazo das commodities, "fato que não é muito provável".

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subia de 13,950% para 13,970%; o contrato de DI para janeiro de 2018 avança de 12,650% para 12,670%; o DI para janeiro de 2021 sobe de 11,860% para 11,920%.

O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, caía 0,47%, aos 260,829 pontos.

BOLSA

O Ibovespa subia há pouco 1,08%, aos 57.525,54 pontos.

Beneficiadas pela recuperação dos preços do petróleo, as ações PN da Petrobras subiam 1,98%, a R$ 11,89, e as ON ganhavam 2,20%, a R$ 13,45.

Os papéis PNA da Vale avançavam 0,58%, a R$ 15,49 (PNA), e os ON, +0,55%, a R$ 18,19, mesmo com a queda do minério de ferro na China.

No setor financeiro, Banco do Brasil ON subia 3,78%, a R$ 21,66, apesar de o lucro líquido ajustado —que exclui efeitos extraordinários— do BB ter caído 40,8% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2015, para R$ 1,801 bilhão. O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, de R$ 1,914 bilhão, segundo a agência Bloomberg.

Itaú Unibanco PN subia 1,63%; Bradesco PN, +1,55%; Bradesco ON, +1,24%; Santander unit, +1,65%; e BM&Bovespa ON, +2,35%.

EXTERIOR

Impulsionados pela alta do petróleo e por resultados corporativos positivos, os índices sobem nos Estados Unidos e na Europa.

Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 subia 0,41%; o Dow Jones, +0,57%; e o Nasdaq, +0,30%.

Na Europa, a Bolsa de Londres subia 0,30%; Paris +0,86%; Frankfurt, +0,50%; Madri, +0,45%; e Milão, +0,73%.

As Bolsas chinesas fecharam em baixa. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 0,31%, enquanto o índice de Xangai perdeu 0,53%. Em Tóquio, o índice Nikkei não operou.


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