Folha de S. Paulo


Temer defende Meirelles de críticas por negociação de socorro a Estados

Preocupado com as primeiras críticas a seu ministro Henrique Meirelles (Fazenda), o presidente interino, Michel Temer, disse à Folha que o chefe de sua equipe econômica está no caminho certo e espera que conseguir aprovação da parte essencial do projeto de renegociação da dívida dos Estados —que eles sejam enquadrados no teto de gastos públicos.

"Eu não endosso avaliações de assessores do meu governo, de que o ministro Meirelles errou nas negociações da dívida dos Estados. O que aconteceu foi a retirada de um trecho redundante com dispositivos já existentes que controlam os gastos com pessoal", afirmou o presidente.

O peemedebista afirmou que, durante as negociações na Câmara, líderes de sua base aliada alertaram que o trecho que vetava o reajuste de servidores públicos por dois anos poderia inviabilizar a votação do projeto da dívida dos Estados. "Como já existem legalmente limites para o crescimento dos gastos com pessoal, nós preferimos tirar este trecho para aprovar a proposta, o que acabou acontecendo", disse.

Segundo reportagem da Folha publicada nesta quinta-feira (11), assessores presidenciais avaliaram que a equipe de Meirelles errou na negociação do pacote de socorro financeiro aos Estados ao insistir na inclusão do veto a reajustes de servidores públicos por dois anos.

Na avaliação de assessores de Temer, a insistência colocou em risco a aprovação do projeto. O texto base já foi aprovado, mas a Câmara ainda vai analisar propostas de mudança em separado no projeto encaminhado pelo governo do peemedebista.

"Eu quero desmentir assessores da minha equipe que tenham esta avaliação. Tudo foi discutido e acertado com o próprio Meirelles, de que era possível retirar este trecho, porque seu objetivo, de certa forma, já está garantido por mecanismos existentes hoje na Constituição e na Lei de Responsabilidade Fiscal", disse o presidente.


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