Folha de S. Paulo


Estreia de 'Pokémon Go' tem passeio de casal e divisão de carregador

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O casal de estudantes Wilson Barroso, 20, e Clarissa Vasconcelos, 22, andavam abraçados e de smartphone na mão na noite desta quarta-feira (3) pela avenida Paulista. Tinham uma missão conjunta: caçar bulbasauros, pikachus e outros seres.

Estavam preparados: Wilson comprou um carregador portátil de bateria, dobrou o pacote de dados para 2 Gbytes e usou o wi-fi de um Starbucks para baixar "Pokémon Go". "É um passeio de casal diferente, com tanto programa manjado, você pode dizer para ela: 'Vamos caçar pokémons'", contou ele.

Nas primeiras horas após o lançamento do jogo no Brasil, era fácil ver na principal avenida de São Paulo pessoas andando com o celular nas mãos esperando que o aparelho vibrasse para indicar que ali havia uma criatura (quiçá rivalizando com aqueles que esperavam um Uber ou mandavam um WhatsApp).

Marlene Bergamo/Folhapress
Jogadores de 'Pokémon Go' na avenida Paulista
Jogadores de 'Pokémon Go' na avenida Paulista

Não sem ter receio de perder o telefone. "Enquanto um joga, o outro pode ficar esperto para não roubarem o celular", disse Thiago Coletta, 32, sobre o benefício de jogar em casal. Ele, que estava à caça em companhia da namorada, Érika Kimura, 27, também recomenda andar com o smartphone mais baixo, na linha da cintura, e segurá-lo com as duas mãos.

Houve quem também, sozinho, encontrasse alguma solidariedade. No caso desse jogo, o item mais valioso a ser compartilhado é o carregador. A bateria, um antigo calcanhar de Aquiles dos smartphones, é muito exigida por "Pokémon Go": no caso da reportagem da Folha, ela não durou nem quatro horas.

Felipe Franco, 28, foi agraciado com uma carga extra no carregador de Bruno Bernardes, 24. Eles se conheceram ali na avenida na busca por pokémons.

Eles fazem parte do mesmo time (o jogo tem três equipes diferentes e todo usuário escolhe fazer parte de uma). Essas equipes disputam para conquistar e tomar os chamados "ginásios", que são locais de grande movimento e concentram batalhas –defender a área e mantê-la na sua agremiação rende benefícios como "moedas" no jogo.

Na noite desta quarta, "ginásios" de pontos icônicos como o Masp estavam dominados por usuários que haviam conseguido baixar o jogo antes do lançamento oficial.

Leticia Hamester, 30, que saiu às ruas com uma missão específica, capturar primeiro um Pikachu, diz que uma palavra explica a febre mundial: nostalgia. "Toda criança que assistia ao desenho [lançado no fim dos anos 90] tem vontade de jogar." Resta saber quanto tempo a força da volta ao passado vai durar.

Caçada urbana


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