Folha de S. Paulo


Interatividade atrai empresários para o setor de educação

Karime Xavier/Folhapress
SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -13 /07/16 - :00h - STARTUPs. SAMIRA ALMEIDA - SOLUÇÃO DE EDUCAÇÃO. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***ESPECIAL
Samira Almeida, sócia da Storymax, startup do setor de educação

O setor de educação é um dos que mais cresce entre as start-ups, segundo dados da Associação Brasileira de Startups, portal sobre empreendedorismo digital.

O número de iniciativas ligadas à área cresceu 125% entre os meses de maio de 2015 e de 2016, de 71 para 160.

Há iniciativas variadas, como jogos para ensinar matemática, histórias digitais interativas para estimular o interesse das crianças pela literatura e uma ferramenta que ajuda a conseguir crédito para estudar no exterior.

Samira Almeida e o sócio, Fernando Tangi, criaram, em 2014, a Storymax, que publica livros digitais interativos para tablets e smartphones. "Frankie for Kids", primeiro livro, nasceu bem antes, em 2012, recontando a história de Frankenstein, da autora Mary Shelley.

O conteúdo permite interagir com personagens, e o cenário chamou a atenção das crianças.

Em um ano, o livro ultrapassou 3.000 downloads.

Mas os negócios só avançaram após a dupla participar do programa de aceleração de ideias do governo de Minas, há dois anos.

"Aprendemos a conhecer o cliente e montamos uma cadeia de vendas, reunindo parceiros nacionais e internacionais", afirma Almeida, 34. "As vendas se multiplicaram por quatro."

No currículo, a Storymax tem ainda um prêmio Jabuti, o mais tradicional de literatura do país, na categoria infantil digital, com o "Via Láctea de Olavo Bilac".

O leitor pode abrir janelas com a ponta do dedo, tocar, ouvir e mover estrelas, além de conteúdo extra sobre a vida do poeta e o movimento literário ao qual pertenceu.

JOGO DE NÚMEROS

O empresário Reginaldo Gotardo, 34, sempre teve dificuldade para aprender matemática na escola. O "trauma" inspirou anos depois a criação da Educacross: uma plataforma de jogos interativos com base em problemas de matemática, voltada paracrianças de cinco a dez anos.

O software permite ainda que os professores escolham os desafios de acordo com o nível da turma e gera dados de desempenho dos alunos, que podem ser vistos também pelos pais das crianças.

"Já encontramos alunos jogando até sábado de madrugada", diz Gotardo.

Na lista de clientes, estão 9.000 estudantes de escolas públicas e privadas.

Já o empreendedor Edmilson Rodrigues, 31, investiu na solução para uma dificuldade comum a alunos mais velhos: encontrar crédito para bancar os estudos.

Com dois sócios, ele criou a plataforma Edudream, que conecta investidores e pessoas em busca de financiamento.
No ano passado, foram captados US$ 35 mil para financiar seis estudantes.

Recentemente a start-up ampliou o foco de atuação e está se transformando na Meu Crédito, para financiar diferentes tipos de projetos, desde comprar uma ferramenta de trabalho até começar um negócio.

PAIS ALERTAS

A Outclass, start-up de Florianópolis, criou um aplicativo para os pais que desejam acompanhar de perto a vida acadêmica dos filhos.

Uma plataforma que se integra a softwares de gestão educacional dos colégios envia, pelo smartphone, informações sobre notas, reuniões, calendários, pagamento de boleto bancário e conteúdo de provas.

"Se o aluno não responde a chamada, por exemplo, o professor lança a informação e os responsáveis são avisados pelo celular", explica Antonio Gonzaga, 35, um dos sócios da empresa.

O aplicativo também permite programar alarmes para avisar sobre as atividades que o aluno deve fazer.


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