Folha de S. Paulo


Após Brexit, FMI corta para 1,4% crescimento da zona do euro em 2017

Fabrice Coffrini/AFP
Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, em sessão do Fórum Econômico Mundial
Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, em sessão do Fórum Econômico Mundial

O FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou nesta sexta-feira (8) a projeção de crescimento para a zona do euro em 2017 e cortou a estimativa de 1,6% para 1,4% devido à decisão do Reino Unido de sair da União Europeia.

"O crescimento na zona do euro deverá cair para 1,4% em 2017, principalmente devido ao impacto negativo do plebiscito britânico" sobre a saída da UE, explica o FMI no seu relatório anual. Em 12 de abril, o Fundo havia projetado crescimento de 1,6%.

Em contrapartida, revisou para cima o crescimento em 2016, de 1,5% para 1,6%.

O FMI aponta diferentes riscos crescentes para a economia dos 19 países que adotaram a moeda única europeia. O Fundo menciona a desaceleração do crescimento global, o que poderia prejudicar a recuperação, agora impulsionada pela demanda interna.

Também cita "as consequências do referendo britânico, a crise dos refugiados e preocupações sobre possíveis ameaças terroristas", que "podem contribuir para uma maior incerteza, o que afetaria o crescimento e impediria reformas".

Finalmente, aponta para riscos associados com a fraqueza do setor bancário e financeiro em alguns países.

Em coletiva, Mahmood Pradhan, vice-diretor do departamento Europa da organização com sede em Washington, disse que o impacto sobre o crescimento da zona do euro seria maior se as negociações sobre a saída do Reino Unido da UE se arrastasse por mais tempo.

"No momento, não sabemos quanto tempo levará esse processo de negociações. O que nos preocupa é saber se esse processo levará tempo demais", disse ele.


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