Folha de S. Paulo


Bolsa cai mais de 2% e dólar sobe para R$ 3,40, ainda em reação ao 'Brexit'

Os mercados globais iniciaram a semana de mau humor, ainda em reação à inesperada saída do Reino Unido da União Europeia, chamada de "Brexit". As Bolsas e o petróleo caem, enquanto o dólar se valoriza nesta segunda-feira (27).

A Bolsa brasileira segue o mesmo caminho e recua mais de 2%. A moeda americana à vista opera com volatilidade ante o real, chegando a cair em alguns momentos. Há pouco, avançava para a casa dos R$ 3,40.

Segundo analistas, o mercado acionário é o que sente o maior impacto do "Brexit", e as perspectivas positivas para a economia domésticas impedem uma alta mais forte do dólar.

O Ibovespa perdia há pouco 2,11%, aos 49.047,67 pontos. As ações da Petrobras caíam 4,21%, a R$ 8,86 (PN), e 6,12%, a R$ 10,73 (ON), pressionadas pelo recuo do petróleo no mercado internacional.

Os papéis PNA da Vale caíam 1,55%, a R$ 12,01, e os ON tinham queda de 3,02%, a R$ 14,75, apesar da alta do minério de ferro na China nesta segunda-feira.

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN recuava 2,62%; Bradesco PN, -3,01%; Banco do Brasil ON, -2,39%; Santander unit, -3,06%; e BM&FBovespa ON, -2,30%.

CÃMBIO E JUROS

A moeda americana à vista subia há pouco 0,42%, a R$ 3,4031; o dólar comercial ganhava 0,76%, a R$ 3,4060.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 caía de 13,690% para 13,650%; o contrato de DI para janeiro de 2021 baixava de 12,440% para 12,280%.

Para a equipe de análise da Lerosa Investimentos, para fazer frente a uma possível desaceleração global como consequência do 'Brexit', os bancos centrais deverão aumentar os estímulos monetários, e os juros americanos não deverão subir no curto prazo.

"Este cenário, do ponto de vista monetário, possivelmente beneficiaria o fluxo de capitais para o Brasil, propiciando a redução de juros", escreve a Lerosa.

Entretanto, as projeções de economistas para a taxa básica de juros subiu de 13% para 13,25% neste ano, conforme o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta manhã. As previsões de inflação para 2016 também subiram.

O CDS brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, subia 0,85%, aos 344,640 pontos.

EXTERIOR

Os investidores do mundo todo seguem reagindo negativamente e avaliando as consequências do 'Brexit'.

Na Europa, a Bolsa de Londres caía 2,36%; Paris, -3,07%; Frankfurt, -2,55%; Madri, -1,76%; e Milão, -3,57%.

Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 recuava 1,70%; o Dow Jones, -1,51%; e o Nasdaq, -2,10%.

Na Ásia, porém, a maior parte das Bolsas subiu, impulsionada por expectativas de novos estímulos dos BCs locais. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, ganhou 1,41%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,44%. Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 2,39%.

No mercado de câmbio, a libra liderava as maiores desvalorizações ante o dólar pela segunda sessão consecutiva, com -3,90%; o euro recuava 1,42%.

Os bônus de dez anos do Reino Unido perdiam 13,28%, após tombarem 20,94% na sexta-feira (24).


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