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Governo do Rio usará ajuda federal para colocar salário de policiais em dia

Reginaldo Pimenta/Raw Image/Folhapress
Policiais militares do Batalhão de Choque fazem operação no Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro
Policiais militares do Batalhão de Choque fazem operação no Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame já decidiu que assim que receber os R$ 2,9 bi destinados para a sua pasta pelo governo federal irá utilizar para acertar a folha de pagamento.

Entre as prioridades está o salário dos servidores (policiais civis e militares) e pagamento da premiação do sistema de metas, programa que destina um incentivo financeiro a delegacias e batalhões que conseguem reduzir a criminalidade em sua área de atuação.

A Folha apurou que, com essas medidas, Beltrame espera evitar protestos de policiais da ativa ou de aposentados durante a Olimpíada. Há duas semanas, a secretaria recebeu uma troca de mensagens de voz em que policiais e bombeiros reformados planejavam ações nos Jogos.

Mesmo ainda sem dinheiro, os técnicos da secretaria de Segurança do Rio já calculam como podem gastar os R$ 2,9 bi. Com servidores da ativa, a pasta gasta, em média, R$ 500 milhões por mês com salários. Por três meses, até os Jogos, por exemplo, se gastaria algo em torno de R$ 1,5 bi. Para colocar o programa de premiação em dia, Beltrame calcula gastar R$ 136 milhões.

Os R$ 2,9 bi não serão a única ajuda federal à segurança do Rio. A secretaria já possui garantias da Sesge (Secretaria de Grandes Eventos), ligada ao Ministério da Justiça, de que pagará o chamado RAS (Regime Adicional de Serviço) durante a Olimpíada garantindo assim mais policiais nas ruas da cidade. O programa prevê vencimentos para policiais em seu horário de folga. Pelo RAS Olímpico, a Sesge repassará R$ 43 milhões ao Rio.

Com esse novo apoio, a área financeira da secretaria pretende colocar em dia também os contratos com prestadores de serviço. Há a expectativa de se reservar uma verba para ser usada após o evento e assim garantir um reforço no policiamento nas ruas durante o Natal e Réveillon.

"Com isso, a ideia é trazer os policiais no aspecto motivacional, além de trazer os índices de criminalidade ao patamar em que se encontravam no ano passado", disse o secretário à TV Globo. Este ano, o governo do Rio registra aumenta em índices como os roubos de rua e de veículos, o que aumenta a insegurança nas ruas do Estado.


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