O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame já decidiu que assim que receber os R$ 2,9 bi destinados para a sua pasta pelo governo federal irá utilizar para acertar a folha de pagamento.
Entre as prioridades está o salário dos servidores (policiais civis e militares) e pagamento da premiação do sistema de metas, programa que destina um incentivo financeiro a delegacias e batalhões que conseguem reduzir a criminalidade em sua área de atuação.
A Folha apurou que, com essas medidas, Beltrame espera evitar protestos de policiais da ativa ou de aposentados durante a Olimpíada. Há duas semanas, a secretaria recebeu uma troca de mensagens de voz em que policiais e bombeiros reformados planejavam ações nos Jogos.
Mesmo ainda sem dinheiro, os técnicos da secretaria de Segurança do Rio já calculam como podem gastar os R$ 2,9 bi. Com servidores da ativa, a pasta gasta, em média, R$ 500 milhões por mês com salários. Por três meses, até os Jogos, por exemplo, se gastaria algo em torno de R$ 1,5 bi. Para colocar o programa de premiação em dia, Beltrame calcula gastar R$ 136 milhões.
Os R$ 2,9 bi não serão a única ajuda federal à segurança do Rio. A secretaria já possui garantias da Sesge (Secretaria de Grandes Eventos), ligada ao Ministério da Justiça, de que pagará o chamado RAS (Regime Adicional de Serviço) durante a Olimpíada garantindo assim mais policiais nas ruas da cidade. O programa prevê vencimentos para policiais em seu horário de folga. Pelo RAS Olímpico, a Sesge repassará R$ 43 milhões ao Rio.
Com esse novo apoio, a área financeira da secretaria pretende colocar em dia também os contratos com prestadores de serviço. Há a expectativa de se reservar uma verba para ser usada após o evento e assim garantir um reforço no policiamento nas ruas durante o Natal e Réveillon.
"Com isso, a ideia é trazer os policiais no aspecto motivacional, além de trazer os índices de criminalidade ao patamar em que se encontravam no ano passado", disse o secretário à TV Globo. Este ano, o governo do Rio registra aumenta em índices como os roubos de rua e de veículos, o que aumenta a insegurança nas ruas do Estado.