Folha de S. Paulo


Dólar recua mais de 1%, para R$ 3,42, e Bolsa sobe com exterior positivo

Paul Faith - 7.jun.2016/AFP
Placa contra o 'brexit', a saída do Reino Unido da União Europeia, na Irlanda do Norte
Placa contra o 'Brexit', a saída do Reino Unido da União Europeia, na Irlanda do Norte

As apostas de que o Reino Unido deverá permanecer na União Europeia no referendo do próximo dia 23 levam bom humor dos mercados nesta sexta-feira (17). O dólar se enfraquece frente à maior parte das moedas, e commodities e Bolsas sobem. A exceção é a Bolsa de Nova York, que opera em baixa, influenciada pelo vencimento quádruplo de contratos negociados no mercado futuro.

O mercado doméstico segue o otimismo externo, apesar das incertezas políticas. O dólar recua para a casa dos R$ 3,42, e a Bolsa opera em alta. Os juros futuros e o CDS (credit default swap), indicador de percepção de risco, recuam.

Nem mesmo a queda do terceiro ministro do governo interino de Michel Temer afetou o humor dos investidores. Acusado de receber propinas do esquema de corrupção na Petrobras, o ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo) pediu demissão nesta quinta-feira (16).

"O mercado já esperava a queda do Henrique Eduardo Alves", comenta Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais. "Isso atrapalha e fragiliza um pouco o governo Temer, mas os investidores estão muito mais atentos ao cenário externo", acrescenta.

A moeda americana à vista caía há pouco 1,23%, a R$ 3,4280, e o dólar comercial perdia 1,28%, a R$ 3,4271.

"Nem mesmo o clima ruim de delações [premiadas] que estão por vir tem sido capaz de devolver o patamar de R$ 3,50 para o câmbio. O que antes era piso está virando teto", comenta a equipe de análise da Lerosa Investimentos.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 caía de 13,775% para 13,770%; o contrato de DI para janeiro de 2021 recuava de 12,700% para 12,640%.

O CDS, espécie de seguro contra calote, perdia 2,21%, aos 342,993 pontos.

BOLSA

O Ibovespa subia 0,47%, aos 49.642,80 pontos. As ações da Petrobras avançavam 4,11%, a R$ 8,85 (PN) e 5,29%, a R$ 11,34 (ON), influenciadas pela valorização do petróleo no mercado internacional.

Os papéis da Vale tinham alta de 1,47%, a R$ 12,36 (PNA) e de 0,19%, a R$ 15,26 (ON), beneficiadas pelo avanço do minério de ferro na China.

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhava 0,41%; Bradesco PN, -0,69%; Banco do Brasil ON, +1,35%; Santander unit, +1,48%; e BM&FBovespa ON, +0,06%.

EXTERIOR

Com exceção da Bolsa de Nova York, as Bolsas mundiais sobem. O assassinato da deputada trabalhista Jo Cox, nesta quinta-feira, levou à suspensão das campanhas para o referendo do próximo dia 23 que decidirá sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia.

Cox era a favor da manutenção do Reino Unido no bloco. O crime elevou as apostas de que a maioria dos britânicos deve optar por ficar na UE.

Nos últimos pregões, temores de saída do Reino Unidos do bloco europeu, chamada de "Brexit", vinham alimentando a aversão global o risco.

Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 perdia 0,35%; o Dow Jones, -0,40%; e o Nasdaq, -0,86%, em meio ao vencimento quádruplo de contratos de opções e índices no mercado futuro.

As Bolsas europeias fecharam com ganhos: Londres, +1,19%; Paris, +0,98%; Frankfurt, +0,85%; Madri, +1,98%; e Milão, +3,49%. As Bolsas asiáticas também terminaram a sessão no campo positivo.


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