Folha de S. Paulo


Rombo nas contas públicas é fruto de Orçamento fictício, diz Mansueto

Alan Marques - 04.set.2014/Folhapress
Mansueto de Almeida, novo secretário de Acompanhamento Econômico
Mansueto de Almeida, novo secretário de Acompanhamento Econômico do ministério da Fazenda

A nova meta de deficit fiscal de 2016, de R$ 170,5 bilhões, é fruto da correção de um Orçamento fictício, afirmou o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Facundo de Almeida Junior em evento em São Paulo.

O economista e especialista em contas públicas afirmou que o Orçamento previa crescimento real das receitas de 9% ao ano, algo que nunca aconteceu no país e que seria ainda mais improvável em um ano de recessão. As despesas estavam subestimadas em R$ 40 bilhões, complementou.

PIB do Brasil
Resultados do 1º tri.2016
painel da bolsa de valores brasileira

Mansueto afirmou ainda que o governo interino de Michel Temer (PMDB) enviará ao Congresso nesta semana a proposta de crescimento de gasto real zero, anunciada pela equipe econômica há duas semanas.

"A proposta do governo de crescimento real do gasto zero é uma proposta que dá uma enorme importância ao Congresso. O Congresso vai ter a possibilidade de decidir o que é prioritário", disse,

Ele defendeu também a reforma da Previdência ao afirmar que hoje o Brasil já tem gastos previdenciários semelhantes ao de países como o Japão. A população brasileira, no entanto, só terá o perfil etário do Japão de hoje daqui 30 anos.

"Se as pessoas não começarem a se aposentar com uma idade mais avançada, se não fizermos nada, isso significa mais carga tributária, afirmou o secretário do ministério da Fazenda.

ORÇAMENTO - R$ bilhões, excluindo gastos com juros

MAIS CRÍTICAS

Mansueto dedicou parte de sua fala para criticar medidas adotadas pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), como o intervencionismo do governo e a adoção de subsídios das taxas de juros a alguns setores da economia.

Segundo ele, os empréstimos com subsídios concedidos pelo BNDES no (Programa de Sustentação do Investimento) serão pagos até 2019, o que limita a capacidade de ajuste da economia neste período.

"Parte das políticas do passado atrapalham o ajuste fiscal", afirmou.


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