Folha de S. Paulo


Indicado para BC será sabatinado pelo Senado na próxima quarta

Gabo Morales - 15.mar.2012/Folhapress
Economista Ilan Goldfajn é o novo presidente do Banco Central
Economista Ilan Goldfajn é indicado a presidente do Banco Central

Indicado para presidir o Banco Central pelo governo Temer, Ilan Goldajn será sabatinado pelo Senado na próxima quarta-feira (1º), o que viabilizará sua participação na primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) - responsável por definir a taxa básica de juros (Selic), em junho.

O senador Raimundo Lira (PMDB-PB), relator do caso na Comissão de Assuntos Econômicos, apresentará seu relatório, favorável à indicação, nesta sexta (27). O colegiado votará o parecer na próxima terça (31) quando realiza sua sessão ordinária.

A sabatina será, então, realizada na quarta em uma sessão extraordinária, segundo informou a presidente do colegiado, Gleisi Hoffmann (PT-PR). A reunião do Copom acontece no dia 7 de junho.

Apesar de fazer oposição ao governo do presidente interino Michel Temer e ser contra a política econômica adotada por ele, Gleisi afirmou que não pretende atrapalhar a indicação. "Não é meu objetivo complicar".

Apesar disso, a senadora criticou a escolha de Temer para o posto porque Ilan é economista-chefe do Banco Itaú. "[Sua ligação] claro que compromete. Ele não é só economista mas é também sócio do banco Itaú. Se exista quarentena na saída [de um cargo público], deveria ter na entrada também", disse.

Após a sabatina, a comissão tem que aprovar a indicação de Ilan para o cargo. Uma nova votação será realizada no plenário da Casa, em que seu nome terá que ser aprovado por maioria absoluta - 41 senadores. A votação é secreta.

ENCONTRO

Nesta terça (24), o relator Lira encontrou-se com Goldfajn. Disse que foi apenas uma conversa de cortesia. "Disse que apresentarei um relatório positivo", afirmou.

Goldfajn, por sua vez, não disse muito mais do que o senador. "Vim para uma visita de cortesia. Estou feliz. Espero ser sabatinado em um futuro próximo", disse.

Aos 50 anos, o economista foi escolhido pelo presidente interino Michel Temer para comandar o Banco Central em sua gestão.

À frente da pesquisa econômica do Itaú até então, Goldfajn volta ao BC pela segunda vez. Entre 2000 e 2003 comandou a poderosa diretoria de política econômica do banco. Primeiro com Armínio Fraga como chefe, depois com o mesmo Henrique Meirelles, com quem conviveu por sete meses no período de transição do governo FHC para Lula.

Sua especialidade é política monetária, mas os economistas que o conhecem dizem que seus conhecimentos contemplam também a política fiscal, calcanhar de Aquiles da economia neste momento.


Endereço da página: