Folha de S. Paulo


'Não pode ser medida só de curto prazo', diz Meirelles sobre anúncio nesta terça

Zanone Fraissat/Folhapress
Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, participa de evento em São Paulo
Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, participa de evento em São Paulo

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou na manhã desta segunda-feira (23), em São Paulo, que as medidas a serem anunciadas nesta terça-feira não podem ser "de curto prazo".

"Tem que ficar claro que não pode ser mera declaração de intenção, de vontade, ou medida só de curto prazo", disse Meirelles durante o evento "O Brasil que Temos para o Brasil que Queremos", organizado pela revista "Veja".

O ministro não quis dar detalhes sobre as medidas que serão anunciadas nesta terça-feira (24), mas disse que sua equipe ainda está trabalhando nestas últimas 24 horas no processo.

Meirelles afirmou ainda que que quer sinalizar à população que as ações a serem tomadas pelo novo governo interino de Michel Temer são um meio de garantir que em 5, 10 ou 15 anos os aposentados receberão seus benefícios.

"Quero sinalizar que as ações a serem tomadas pelo governo não são um fim em si mesmas. São um meio, a rigor, o único, de trazer de volta ao mercado de trabalho os 11 milhões de brasileiros que hoje estão desempregados, reduzir a dúvida de empresários quanto ao futuro de seus negócios, de reduzir a insegurança dos trabalhadores que conseguiram permanecer no emprego, de garantir que em 5, dez ou 15 anos os nossos aposentados receberão seus benefícios", afirmou.

"Importante não é apenas cada um prever quando terá direito ao beneficio. É muito importante que todos tenham a segurança de que esse beneficio será pago, que haverá solvência do Estado e da Previdência para pagar isso no futuro."

Meirelles lembrou ainda o pouco tempo do governo Temer. "Um dado que nós as vezes nos esquecemos mas que é importante deixar claro é que estamos no sétimo dia útil de governo. É algo que as vezes perdemos e parece que são alguns anos. Mas são sete dias. Hoje começa o sétimo", disse.

Meirelles insistiu que o ajuste será viabilizado pela arrecadação crescente, ressalvando diversas vezes que o processo começa pelo rígido controle de despesas, das contas públicas.

"O aumento da arrecadação é algo que tem que vir como consequência do processo e não como pressuposto de saída do processo. Isto tem que ficar muito claro e as regras têm que deixar isso de maneira absolutamente transparente e inequívoca


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