Às vésperas de deixar o cargo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini disse nesta sexta-feira (20) que, apesar de estouros na meta, a inflação "nunca saiu do controle" no país após a adoção do regime de metas.
Nesta sexta, a prévia de maio do IPCA, o índice oficial, trouxe o maior valor em 20 anos, de 0,86%, lançando dúvidas sobre as expectativas de recuo da inflação depois de ter fechado 2015 em 10,67%.
"Ainda que em alguns anos, a inflação tenha ultrapassado o limite superior (da meta), essas situações são previstas e podem ser contornadas", afirmou Tombini, em discurso na abertura do 18º Seminário Anual de Metas para a Inflação, na sede do BC no Rio.
"Mas o importante é que jamais, nesses 17 anos, a inflação saiu do controle", concluiu Tombini, que será substituído no cargo por Ilan Goldfajn.
O indicado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ainda será sabatinado pelo Senado.
Em seu discurso, Tombini defendeu o regime de metas, adotado no Brasil em 1999, mas questionado globalmente após a crise financeira de 2008.
"É um regime simples, transparente, flexível e de fácil assimilação pela sociedade."