A Folha deixou de exibir o conteúdo de seu site a visitantes que navegam com bloqueadores de anúncios (os chamados "adblockers") ativados. O bloqueio não atinge assinantes do jornal que estiverem identificados como tal.
O sistema adotado pelo jornal detecta visitantes que têm a extensão ativa e uma tela informa que para usufruir do conteúdo é necessário desativar o bloqueador.
O anúncio na tela diz: "Fazer jornalismo de qualidade exige recursos. A publicidade é uma forma de financiamento importante para o jornal".
Murilo Bussab, diretor de circulação e marketing da Folha, diz que o tema já está em discussão na Associação Nacional do Jornais (ANJ). "Acho que é apenas questão de tempo para que os 'bloqueadores de bloqueadores' comecem a aparecer nos grandes provedores de conteúdo jornalístico do país", afirma.
A estratégia do jornal, pioneira no Brasil, tem sido adotada em outros países. Nos EUA, publicações como "Forbes", "The Washington Post" e o "The New York Times" passaram a bloquear a navegação com adblocker. "Os modelos de negócio do mundo digital estão no centro da estratégia de desenvolvimento da Folha, por isso nossa preocupação em estar sempre na vanguarda das novas iniciativas", afirma Bussab.
Ativar os adblockers tende a interferir significativamente na receita do jornal. "Fazer jornalismo bem apurado e de qualidade não é fácil nem barato em nenhuma plataforma", afirma o editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila.